São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996 |
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Advogado diz que BC sabia dos problemas
DA SUCURSAL DO RIO; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O advogado da família Magalhães Pinto, acionista majoritária do Banco Nacional, Sérgio Bermudes, disse ontem que o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, sabia de "toda a problemática do Banco Nacional" desde sua posse.Bermudes não quis confirmar que dentro desta "problemática" estariam os empréstimos irregulares feitos com o objetivo de esconder resultado negativo nos balanços do banco. O advogado disse que não queria "descer a detalhes", mas acrescentou que "seja qual for a problemática, toda ela, nada foi omitido". Bermudes disse que em setembro do ano passado, por ordem de Adílson de Oliveira, subordinado ao diretor de normas do Banco Central, Cláudio Mauch, o escritório regional do BC no Rio de Janeiro investigou o Nacional, sem encontrar irregularidades nas contas do banco. Bermudes disse que o Banco Central nada investigou a partir de outubro, por não haver "necessidade de investigação, já que o Nacional os deixou cientes de tudo". O advogado afirmou, ainda, que "fraude não houve". Para ele, aconteceram "medidas destinadas a atender problemas conjunturais." Segundo Bermudes, quando Marcos de Magalhães Pinto esteve no BC em outubro, ele apenas foi dizer a Loyola que "os problemas de liquidez do banco tinham se agravado enormemente". Denúncias O Ministério Público receberá dentro de uma semana -ou no máximo dez dias- os primeiros documentos do BC apontando a existência de fraudes no Nacional, segundo anunciou ontem o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola. Como fez no caso Econômico, o BC decidiu apressar os trabalhos e enviar os dados à Procuradoria antes da conclusão do inquérito administrativo no Nacional. Loyola não revelou que tipo de documentos será enviado nesse primeiro momento, mas a Folha apurou que a intenção do BC é enquadrar os ex-controladores do Nacional -a família Magalhães Pinto- em crime contra o sistema financeiro -previsto na Lei do Colarinho Branco. Texto Anterior: Banco aprovou clientela Próximo Texto: Crise seria incalculável em 95, diz FHC Índice |
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