São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Motorola terá fábrica de celulares em SP

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A Motorola, uma das maiores indústrias de equipamentos de telecomunicação do mundo (faturamento anual de US$ 27 bilhões), anunciou ontem sua decisão de fabricar aparelhos de telefone celular no Brasil.
A fábrica será construída em Jaguariúna (SP) e, segundo a empresa, entrará em produção antes de outubro. A Motorola não revelou o valor do investimento, nem a capacidade de produção da fábrica.
Desde o final do ano passado, a Motorola já havia comunicado ao governo sua estratégia de montar um conjunto de fábricas nas imediações de Campinas.
Para abrigar o conjunto de fábricas, a empresa adquiriu uma área de 1 milhão de metros quadrados em Jaguariúna.
No dia 11 de dezembro do ano passado, o governador Mário Covas e o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, anunciaram os planos da empresa em uma solenidade no Palácio dos Bandeirantes e, já naquela época, a direção da Motorola preferiu manter sigilo sobre o valor dos investimentos.
O diretor da Motorola do Brasil, Flávio Grynzpan, que transmitiu a decisão da empresa ao governo, informou que todos os seus produtos que tiverem um volume de mercado que justifique sua produção no país serão fabricados localmente.'
A estratégia da empresa inclui também a construção de um centro de desenvolvimento de software (programa) e por isso a Motorola decidiu instalar suas fábricas próximo de Campinas, onde ela considera que há oferta de mão-de-obra qualificada, sobretudo de profissionais com cursos de mestrado formados pela Unicamp.
Primeira da América Latina
A fábrica de telefones celulares de Jaguariúna será a primeira da Motorola em toda a América Latina. Os primeiros aparelhos a serem fabricados serão os portáteis das linhas MicroTac e Pocket.
Na avaliação da empresa, o mercado brasileiro para telefonia celular já tem porte suficiente para justificar uma produção no país.
Os contratos de expansão de celulares assinados nos últimos meses pelas companhias telefônicas estatais e o fim do monopólio estatal dos serviços de telecomunicações vão pelo menos dobrar a demanda por aparelhos de telefones celulares no Brasil.
Até o final do ano passado, o número de telefones celulares existentes no país era de cerca de 1 milhão, mas só a Telesp (Telecomunicações de São Paulo) assinou contratos para ampliar sua rede em mais 575 mil celulares.
Segundo Wolf Pavlok, vice-presidente da Motorola para o segmento de telefonia celular na América Latina, deixará a empresa "melhor posicionada" para disputar o mercado brasileiro.

Texto Anterior: Unicamp publica sua lista de aprovados
Próximo Texto: Conselheiros do Cade terão mandatos prorrogados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.