São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Cena de cinema

THALES DE MENEZES
DA REDAÇÃO

Todo mundo que dá suas raquetadas por aí só falou de uma coisa nos últimos dias: a jogada maravilhosa de Jimmy Connors num jogo de veteranos contra Guillermo Vilas.
Praticamente todos os telejornais repetiram a imagem, que foi impressionante.
Connors atacou Vilas e subiu à rede. Acuado no fundo da quadra, o argentino optou por um lob, o golpe em que a bola encobre o adversário. Fou um "balão" bem alto, que levantou a bolinha a cerca de quatro metros de altura.
Provando que ainda não perdeu nem um pouco de sua veia de "showman", Connors atirou sua raquete para o alto, simulando uma atitude desesperada para evitar o lob. E o improvável aconteceu.
A raquete encontrou a bolinha lá no alto, foi rebatida e voltou para a quadra de Vilas, que, atônito, nem reagiu. Para completar a obra-prima, Connors apanhou a raquete de volta, sem deixar cair.
Aplaudido em delírio pelo público, Connors comemorou a jogada brandindo sua raquete como um espadachim.
Não é a primeira vez que algum tenista consegue esse feito. É uma brincadeira até corriqueira nos clubes.
O que deixa Connors em destaque é a altura da bolinha e o fato de ter uma câmera de TV registrando tudo.
Outro lance desses que ganhou muito destaque foi executado por Boris Becker, em plena final de Wimbledon.
Stefan Edberg tentou passar Becker na rede e bateu a paralela fora do alcance do alemão. Este não teve dúvida: jogou a raquete e acertou a bolinha, que caiu na quadra do rival.
Mas os pontos desses lances ficaram com Vilas e Edberg.
Pelas regras do tênis, a raquete tem que estar na mão do tenista quando ele bate na bola.
Mais uma prova de que algumas regras só trabalham contra o espetáculo.

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