São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Aznar chama franquista para negociar com os nacionalistas

Catalão liga apoio a PP ao reconhecimento de sua 'nação'

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Partido Popular pode nomear um ministro franquista para conseguir formar um novo governo na Espanha. O PP de José Maria Aznar bateu o Partido Socialista de Felipe González na eleição legislativa de domingo passado, mas não obteve maioria no parlamento.
Aznar teria convocado Manuel Fraga, ex-ministro de Francisco Franco (1892-1975, ditador de 1936 até sua morte), para negociar o apoio e os votos da Convergência e União (CiU), partido do governador da Catalunha, Jordi Pujol.
Assessores de Fraga negam as conversações. Numa entrevista publicada ontem, o político conservador disse que "havia bases para o estabelecimento de um acordo" entre os catalães e Aznar.
Oficialmente, o PP também nega o acerto. O porta-voz da Convergência e União, Pere Esteve i Abad, disse que seu partido não pretende, por enquanto, apoiar Aznar.
"Queremos que o PP reconheça firmemente a Catalunha como Estado distinto e que considere a Espanha como um país multinacional", disse Esteve i Abad.
A Catalunha tem um governo autônomo. O catalão e o espanhol são as línguas oficiais. Jordi Pujol, seu governador, é chamado informalmente de "vice-rei da Espanha". O PP tradicionalmente se opõe a reivindicações autonomistas.
Na eleição de domingo, o PP obteve 156 cadeiras. Precisava de 176 para conseguir a maioria absoluta.
A CiU catalã elegeu 16 deputados. Em 1993, deram seus votos para que Felipe González, então também minoritário no Parlamento, pudesse formar o governo. Aznar também iniciou negociações com a Coalizão Canarina (ilhas Canárias), que tem quatro deputados.

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