São Paulo, quarta-feira, 6 de março de 1996
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Nova Folha; Giannotti; Erro duplo; Lei do Silêncio; Falecimento; Remédio adequado; Racismo; Passo para trás

Nova Folha
"Com a 'cor total', a Folha mostra, mais uma vez, sua capacidade de acompanhar o desenvolvimento tecnológico industrial, assumindo posição de vanguarda na imprensa brasileira." Miguel Jorge, vice-presidente de Recursos Humanos e Assuntos Corporativos da Volkswagen (São Paulo, SP)
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"O incremento do uso da cor valoriza sobremaneira a mídia impressa e a indústria gráfica brasileira." Hamilton Terni Costa, presidente da ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica), Mário César M. de Camargo, presidente da Abigraf Regional SP (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), e Max H. G. Schrappe, presidente da Abigraf Nacional (São Paulo, SP)
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"Fiquei profundamente frustrado com a edição da nova Folha em 3/3. Pelo que pude constatar, o atraso na entrega foi o de menos, até perdoável. Apesar da intensa campanha, a edição (nacional) que circulou na região trouxe um número de páginas em cores -cerca de 20%- inferior ao prometido. Além disso, foi extremamente infeliz a idéia de aglutinar Veículos, Imóveis, Empregos e Tudo, dando origem a um único -e minúsculo- caderno, Sua Vez, cujo nome deve ser uma referência ao jornal concorrente. Lamento ainda que tenha ocorrido o término da circulação da Revista da Folha e persista a ausência até hoje de um caderno regional para o litoral."
Ronaldo Acquaviva (Santos, SP)
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"A Folha ocupou um bom espaço do jornal na semana passada propagandeando sua nova 'mudança gráfica' e a era da 'cor total'. Acredito que, como eu, milhares de leitores perceberam que algo saiu errado, o jornal perdeu completamente sua qualidade de impressão, a maioria de suas páginas estão borradas, além das mesmas não estarem coloridas. Se já não bastasse isso, os assinantes estão, desde domingo, convivendo com significativos atrasos nas entregas do jornal. Agora eu pergunto: porque a Folha não está utilizando seu espaço para explicar o que aconteceu? Ou a sua mudança, também, abrangeu o estilo dos concorrentes, o de ignorar os leitores?"
Reinaldo Cilurzo (São Paulo, SP)
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A Folha agradece os cumprimentos pela reforma gráfica que recebeu de: Aurea Olivo, da assessoria de imprensa da Arisco Produtos Alimentícios (São Paulo, SP); Ariovaldo Carmignani, presidente da Sabesp -Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (São Paulo, SP); Aparecido João Esotico, gerente de vendas e marketing da América do Sul da Delphi Automotive System-Delco Freedom (Piracicaba, SP); Renato Amary, deputado estadual (São Paulo, SP); Regina C. Rocha de Cunto, da Rumo Comunicação Empresarial (São Paulo, SP); Ronaldo Didini, diretor-presidente da Associação Beneficente Cristã (São Paulo, SP); Murillo Antunes Alves, vereador pelo PMDB-SP (São Paulo, SP).

Giannotti
"Meu caro Giannotti, quem viu o seu 'Roda Viva' não tem dúvidas: se a Folha está de rabo para o leitor, você está de rabo para a amizade presidencial. Pois eu não acredito em intelectual que apóia governo. Macaco Simão não vai salvá-lo; ele sabe que é falsa, para não dizer cínica, a sua afirmação de que quer cair fora do enquadramento das manchetes." José Silveira da Rosa Filho (Brasília, DF)
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"O artigo do prof. Giannotti, 'De rabo para o leitor', publicado na edição de ontem, é corajoso, brilhante e reflete, com precisão, o que nós cidadãos comuns pensamos da imprensa e, particularmente, o que muitos assinantes e leitores pensam da Folha." Francisco José Carbonari (Jundiaí, SP)

Erro duplo
"Se a intenção do sr. Gerardo Mello Mourão, em seu artigo 'O IPC' (29/2), foi a de ofender o sr. Reinhold Stephanes, comparando sua 'cara sinistra' com a de um 'sacristão presbiteriano', ele errou duas vezes. Primeiro, por inexistir na igreja presbiteriana a função de sacristão. Segunda, porque o ministro da Previdência não é presbiteriano. Pecou o ex-professor de história ao tentar transformar em lugar-comum a preconceituosa 'boutade' 'cara sinistra de sacristão presbiteriano'. Se fosse cara sinistra de pastor presbiteriano, eu teria vários exemplos a sugerir..." Jaime Wright, educador e pastor presbiteriano, presidente da Fundação Samuel (São Paulo) e do Instituto Pró Vida em Desenvolvimento (Rio de Janeiro). Foi coordenador do projeto "Brasil: Nunca Mais", da Arquidiocese de São Paulo (1979-1987) (Vitória, ES)

Lei do Silêncio
"Tem esta o intuito de trazer ao público leitor de São Paulo informações que, infelizmente, a maior parte da imprensa de São Paulo não houve por bem difundir, embora sejam de interesse da população. A primeira refere-se ao êxito obtido pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) ao fechar a casa noturna Latino Clube Drink's no dia 23/2, após um longo embate administrativo e judicial. A casa foi fechada por impactar o ambiente com ruídos acima do permitido pela Lei do Silêncio. Outra notícia, relativa ao Psiu (Programa de Silêncio Urbano), que informa sobre os novos procedimentos do poder público na sistemática de autuação dos estabelecimentos infratores, também não ganhou nem sequer uma linha na mídia de São Paulo, mesmo com a relevante informação de que os proprietários de casas autuadas pelo Programa de Silêncio Urbano estão adotando a tática de 'abrir uma nova razão social' para burlar o fechamento administrativo imposto pelo poder público. Recorro ao espaço do leitor para dar publicidade a essas ações, visto que a população prejudicada reclama, e com razão, quando o poder público não dá conta de suas denúncias. Julgamos que é correto também, quando o poder público toma as medidas necessárias para salvaguardar os direitos da população como um todo, que estas tenham o devido espaço na mídia."
Paulo Antunes, assessor de Comunicação da Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (São Paulo, SP)

Falecimento
"Venho lamentar a forma como a imprensa em geral, e em particular a Folha, noticiou o falecimento do professor dr. Hermógenes de Freitas Leitão Filho, pró-reitor de pós-graduação da Unicamp. O prof. Hermógenes era, sem dúvida, a maior liderança científica do país na área de botânica. Talvez a cobertura paroquial de seu falecimento se deva ao fato de ele ser apenas um cientista da mais elevada estirpe e seu falecimento ter ocorrido enquanto ele exercia a atividade profissional que mais lhe dava prazer, coletar plantas e sementes nos remanescentes de Mata Atlântica da região de Campinas. Deixou órfã a botânica do Brasil."
Carlos Alfredo Joly, professor do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia da Unicamp -Universidade Estadual de Campinas (Campinas, SP)

Remédio adequado
"Em vez da propalada e debatida pena de morte para os crimes hediondos, a prisão perpétua no cárcere poderia ser o remédio mais indicado a pesar na consciência de muitos criminosos violentos."
Irnak Cardoso Malta (Taubaté, SP)

Racismo
"Entre os convidados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para a instalação da Comissão de Trabalhos para a Valorização da População Negra (Folha, 28/2) estava 'Vovô', presidente do bloco Yiê-Ayê, de Salvador. Considero uma afronta a presença desse indivíduo em reunião contra o racismo, pois seu bloco proíbe a presença de não-negros, tanto que para disfarçar o 'apartheid' explícito e assumido inventaram neste Carnaval um bloco 'Yiê alternativo' onde brancos e mestiços podiam entrar. No verdadeiro bloco Yiê-Ayê, só negros. Discriminação contra brancos e mestiços não é racismo?"
Marcelo Ferreira (Salvador, BA)

Passo para trás
"É impressionante que nesse país campeão das injustiças sociais sejam feitas propostas de reforma à Constituição que só piorariam as condições de vida da maioria dos cidadãos brasileiros. A licença-maternidade é parte das políticas públicas mais amplas que visam a promover, apoiar e proteger a amamentação. É uma conquista social que fortalece a mulher que trabalha fora de casa, ao reconhecer suas especificidades exclusivas e insubstituíveis de ser feminino, de ser mãe. Aqui na Noruega, por exemplo, após se constatar o aumento da mortalidade infantil como consequência do decréscimo das taxas de amamentação no período de 1920 a 1960, foram tomadas várias medidas para o resgate dessa prática, dentre as quais o estabelecimento da licença-maternidade. De lá para cá a licença-maternidade tem se ampliado gradualmente e, hoje, é de 46 semanas, ou seja, 11 meses e meio, integralmente pagos. A amamentação também vai muito bem, aqui. Nessa reforma constitucional, esperamos que o Brasil ande para frente, e não para trás. Discutam-se os problemas que têm emperrado nosso desenvolvimento, apenas isso."
Silvia de Castro Arruda e Guilherme de Araújo Lucas, do Departamento de Neurologia do Hospital da Universidade de Trondheim (Trondheim, Noruega)

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