São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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FHC afirma que CPI é "inconveniente"

Presidente critica abertura da investigação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, por intermédio do porta-voz Sergio Amaral, que a CPI do sistema financeiro é "extemporânea" porque será simultânea à investigação do Banco Central e "inconveniente" porque poderá criar instabilidade, insegurança e risco no mercado.
FHC não criará obstáculos aos trabalhos da comissão, caso ela seja instalada efetivamente, disse Amaral. Segundo ele, o presidente vai fornecer os dados necessários ainda que avalie haver riscos.
Segundo Amaral, FHC considerou "política" a decisão de instalar a CPI, porque não haveria nesse momento justificativa técnica ou objetivo para ela. O porta-voz também disse que a comissão desviará o "foco de atenção das reformas".
Sergio Amaral disse que o presidente esperava que o Congresso só decidisse pela instalação da CPI após a conclusão da investigação do BC sobre fraudes no Nacional, se ela não atendesse à expectativa.
O porta-voz afirmou que se a comissão quiser efetivamente apurar as circunstâncias da fraude "terá de recuar no tempo e portanto não poderá se limitar a 95 e 96".
Ele disse que o mercado financeiro está se comportando até agora de forma tranquila. FHC recebeu com preocupação a notícia sobre a criação da CPI e dedicou todo o dia aos acompanhamentos da crise.
Ele interrompeu duas vezes uma audiência de menos de 20 minutos com cinco sindicalistas chineses e o presidente da Força Sindical, Luiz Antônio Medeiros para atender telefonemas.
Segundo Medeiros, FHC também afirmou estar preocupado com o que ocorria no Senado (onde foi aprovada a instalação da CPI).

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