São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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Estudante é levado por sequestradores

DA SUCURSAL DO RIO

O estudante Vagner Mocellin, 19, filho de Valdir Mocellin, um dos sócios da rede de churrascarias Porcão, foi sequestrado na manhã de ontem na Ilha do Governador (zona norte do Rio).
Este é o terceiro caso de sequestro de um membro da família Mocellin.
Vagner, que também trabalhava com o pai na administração das churrascarias, chegou ao estacionamento da filial da Ilha do Governador às 8h30min.
Segundo testemunhas, ele foi arrancado de seu carro por seis homens armados.
Os sequestradores estavam divididos em um Monza e em um Voyage. Após colocarem Vagner em um dos carros, fugiram em alta velocidade.
A PM ainda tentou fazer um cerco ao bairro na esperança de impedir o sequestro, mas não conseguiu evitá-lo.
Neli Mocellin, mãe de Vagner, foi sequestrada em setembro de 93. Após passar 34 dias no cativeiro, ela foi solta pelos sequestradores após o pagamento de resgate.
Neli foi deixada pelos sequestradores na madrugada do dia 15 de outubro, em Copacabana (zona sul), com os olhos vendados.
"Nem sei mais o que fazer. Não sei se adianta fazer alguma coisa. O mesmo pesadelo vai recomeçar", disse Valdir Mocellin à Folha, pelo telefone.
Mocellin e sua mulher passaram o dia todo em casa a espera de um contato dos sequestradores, o que até o fim da noite de ontem não tinha ocorrido.
"Quando a minha mulher foi sequestrada, a gente pagou resgate", disse Mocellin sem, no entanto, revelar a quantia paga.
Outros casos
O primeiro caso de sequestro na família Mocellin foi o de Nédio José, primo de Vagner. Ele foi sequestrado em fevereiro de 92, em Niterói (a 13 km do Rio).
Nédio, 33, foi libertado após pagamento de resgate.
A polícia seguiu os negociadores. Houve troca de tiros com os sequestradores, uma foi preso, outro foi morto e um terceiro fugiu com o dinheiro.
A rede de churrascarias Porcão é uma das mais tradicionais do Rio. Em sua clientela, estão diversos jogadores de futebol, como Renato Gaúcho, atacante do Fluminense, que inclusive joga com uma faixa da churrascaria amarrada na cabeça.
Morte de traficante
O secretário de Segurança do Rio, general Nilton Cerqueira, e o chefe de Polícia Civil, Hélio Luz, disseram ontem ter certeza de que o suposto traficante Jorge Luis dos Santos não foi morto por policiais.
Jorge Luis foi detido na segunda-feira na Bahia. Seis horas após sua chegada à Divisão de Recursos Especiais ele foi encontrado morto, enforcado na cela com a própria camisa.
O velório de Jorge Luis reuniu cerca de 2.000 pessoas na favela de Acari (zona norte).

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