São Paulo, quinta-feira, 7 de março de 1996
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Tecelagens querem ampliar mercado

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

As grandes tecelagens e indústrias de fiação estão investindo em mercados específicos como forma de se diferenciar da concorrência e, com isso, ampliar a participação no setor têxtil.
"Com a globalização, as empresas precisam estar em segmentos específicos e que exijam tecnologia. É a forma de se diferenciar", diz Alessandro Pascolato, diretor-superintendente da Tecelagem SantaConstancia.
A tecelagem é a pioneira, no Brasil, na produção do tecido collmax, a partir da fibra de mesmo nome desenvolvida pela DuPont.
O novo tecido, lançado na Fenatec, é específico para roupas esportivas, pela sua tecnologia de absorver o suor e de comprimir a musculatura do atleta.
"No mundo esportivo, onde milésimos de segundos decidem um resultado, cresce a preocupação com as roupas adequadas a cada atividade", diz Pascolato, ao estimar que de 30% a 35% de seu faturamento mensal venha dos tecidos de performance.
Para desenvolver o produto, a tecelagem investiu US$ 800 mil no último ano e meio.
A Fibra, empresa do grupo Vicunha, está lançando o índigo cel, uma fibra e tecido artificial desenvolvidos pelo próprio grupo.
"Estamos investindo em um novo segmento, com um tecido 10% mais caro do que o índigo tradicional, mas que apresenta maior conforto e maciez", afirma Armando Iezzi, diretor-comercial da Fibra.
"Com o mercado aberto, temos de ter um produto diferenciado e de qualidade", diz Iezzi.
O diretor calcula uma produção inicial de um milhão de metros do tecido por mês, a partir das primeiras encomendas feitas na Fenatec.
Nichos
Walter Meyer, gerente do departamento de desenvolvimento e mercado da Rhodia-Ster, conta que a empresa está investindo em peças para enchimento e "não-tecido" (materiais para bonecas, edredom etc).
"Estes mercados crescem 10% ao ano e são abastecidos, no Brasil, principalmente por produtos importados", diz Meyer.
O objetivo da Rhodia é inverter essa porcentagem e abastecer até 70% desses mercados no Brasil. "Não podemos desprezar os nichos específicos que estão crescendo", afirma o gerente.

29ª Fenatec (Feira Internacional da Tecelagem) e 1ª Expolav (Feira Internacional de Máquinas e Equipamentos para Lavanderia). Até 7 de março, das 10h às 19h no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Entrada somente para profissionais do setor, com convite ou cartão de empresa.

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