São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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Guizo no gato; Bala na agulha; O império contra-ataca; Derivação franciscana; Modéstia literária; Culpa dos outros; Visão aguçada; Não foi comigo; Não captou a mensagem; Só se fala em 1998; A pão e água; Mágoa caseira; Efeito bumerangue; Carona indesejada; Semeando vento; Caça às bruxas; Questão de aritmética

Guizo no gato
Parlamentares dizem que FHC agora deixará de desprezar o Congresso. O Plano Real teria subido à cabeça e a relação com o Legislativo tornou-se burocrático-fisiológica. Cobram mais política, humildade e, claro, verbas.

Bala na agulha
Um senador diz que FHC poderá pensar, no outro lado do mundo, em como fazer as pazes com o Congresso. Para refrescar a memória, a CPI fica engatilhada. As outras reformas esperam pelas conclusões do presidente.

O império contra-ataca
Fiscais do BC dizem que apontaram os problemas do Nacional e que não querem ver o órgão execrado. Ameaçam vazar dados que mostram ajuda a políticos e a bancos em governos passados.

Derivação franciscana
Em conversa com deputados ontem, ACM criou nova teoria sobre a relação governo-Congresso: "Daqui para frente, não é mais dando que se recebe, mas recebendo-se é que se dá".

Modéstia literária
De Sarney para FHC, quando o presidente disse que, ao falar de abelhas e marimbondos, não fez alusão ao livro "Marimbondos de Fogo": "Eu sei, tenho certeza que o sr. não leu meu livro".

Culpa dos outros
Justificando a falta de agilidade para reverter as derrotas no Congresso, líderes governistas dizem ser preciso um articulador político. Seis líderes nos maiores partidos ainda seriam insuficientes.

Visão aguçada
Bresser Pereira (Administração) voltou a mostrar ontem refinado senso de oportunidade. Passou o dia atrás de líderes para discutir a votação da reforma administrativa. Não deu.

Não foi comigo
Os senadores do Nordeste estiveram ontem com FHC. Antes, tentaram adiar a visita para outro dia. "Levamos um chá de cadeira de 30 minutos, mas ele não passou recibo pelas derrotas", relatou um deles na saída.

Não captou a mensagem
Esperidião Amin (PPB) analisa a reação de FHC, que criticou os parlamentares que votaram contra a reforma da Previdência: "É um arroubo pelo trago amargo colhido nos últimos dois dias".

Só se fala em 1998
Sarney recusou hospedagem na embaixada do Brasil em Portugal, para onde viajou. Acha que seriam ex-presidentes demais sob o mesmo teto.

A pão e água
FHC avisou os partidos aliados que vai endurecer com os infiéis de cada legenda. O Planalto vai cruzar a lista de votação com a relação de pedidos atendidos. Cargos devem começar a rolar.

Mágoa caseira
As derrotas do governo afloraram mágoas insuspeitas. Ninguém sabia, por exemplo, que o líder Élcio Álvares (PFL-ES) não consegue audiência com o secretário Murilo Portugal (Tesouro).

Efeito bumerangue
Luís Eduardo Magalhães, que avocou o projeto de reforma da Previdência para si, é outro personagem que sai chamuscado com as derrotas de FHC no Congresso. Não tem como apresentar mais um troféu ao Planalto.

Carona indesejada
A avaliação no Senado é que ficou difícil a aprovação da operação de R$ 7,5 bi do BC para salvar o Banespa. Mário Covas está preocupado porque a tramitação da proposta está prestes a começar. A hora não é das melhores.

Semeando vento
Vicentinho acha "arrogante" FHC reapresentar seu projeto original de reforma da Previdência. Junto com o sindicalista, outros senadores acham que a proposta tem pouquíssima chance.

Caça às bruxas
O PFL paulista reúne 12 lideranças nacionais em sua convenção estadual, sábado. O partido vai acender a fogueira para queimar os rebeldes na Câmara.

Questão de aritmética
FHC precisa fazer a conta. O que sai mais barato? Evitar a CPI ou ajudar os bancos quebrados?

TIROTEIO
De Aldo Rebelo (PC do B-SP), sobre o anúncio de Vicentinho (presidente da CUT) nesta semana de que estava fora do acordo sobre a reforma da Previdência: - O Vicentinho está igual àquele americano no Vietnã, que acabou saindo pendurado no último helicóptero.

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