São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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Pólvora na mão é maior prova

DA REPORTAGEM LOCAL

O delegado Ivaney Cayres de Souza, do 78º DP, diz que o exame residuográfico realizado nas mãos de Frederico Vanetti de Araújo foi fundamental para a polícia concluir que ele teria matado o pai.
O exame, para detectar vestígios de pólvora e metais, foi também feito nas mãos da vítima, Ney Bittencourt de Araújo, e do porteiro do prédio, Antônio de Souza.
Segundo o delegado, o exame, realizado com um sofisticado microscópio eletrônico de varredura pelo Instituto de Criminalística, revelou que nas duas mãos do acusado havia, além de pólvora, partículas metálicas iguais aos do projétil que matou o dono da Agroceres.
"Essas partículas, em formato de pequenas circunferências, são características daquelas que saem por trás do revólver na combustão no momento do tiro", diz Souza.
No caso da vítima, só a mão esquerda tinha um único fragmento.
"As características desse fragmento, em forma de filamento, revelam que ele surgiu após a bala passar pelo cano da arma. Aparece normalmente quando uma pessoa tenta se defender de um tiro", diz.
Nas mãos do vigia do prédio nenhum vestígio foi achado.
Segundo o delegado, em seu depoimento, o acusado disse que não usava uma arma de fogo desde os tempos do Exército. "Mas o exame mostra claramente que ele atirou."
Souza afirma que, durante o exame residuográfico, o suspeito perguntou insistentemente quantas vezes era preciso lavar as mãos para que não restassem fragmentos.
Outras atitudes faziam a polícia desconfiar do acusado. "Na hora de socorrer o pai, ele teve a frieza de deixar o corpo na garagem enquanto subia para pegar a chave do carro da avó porque não queria sujar o seu carro de sangue."

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