São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996 |
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'Eles deixaram de pagar a taxa'
DO NP A administração do cemitério diz que tirou os ossos porque a família deixou de pagar a taxa de manutenção."Esse processo para retomar o jazigo é antigo. Eles deixaram de pagar a manutenção e as prestações dos túmulos. A exumação é automática quando não há pagamento e o jazigo é considerado livre", disse Jaime Adissi, diretor do cemitério. Segundo um coveiro que se identificou apenas como Edivaldo, a exumação foi feita domingo à tarde para que os enterros ocorressem segunda-feira. Os ossos foram colocados em embalagens pretas e guardados em um ossário. Martins admite não ter pago as taxas de manutenção, mas afirma que a compra do túmulo estava "quitada". Ele sabia do processo, mas acha "um absurdo não ter sido nem avisado da exumação". O advogado Márcio Bueno, especialista em direito imobiliário, afirma que o cemitério errou. "Se havia um processo, o cemitério deveria esperar a decisão final antes de tomar essa atitude. A família deveria ser informada com alguns dias de antecedência. Houve um rompimento unilateral do contrato", disse. Para o advogado Jairo Fonseca, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o cemitério cometeu "violação de sepultura", crime que, pelo Código Penal, é punido com um a três anos de prisão. Segundo ele, nem os familiares poderiam ter tirado os mortos. Texto Anterior: Jazigo dos Mamonas tinha outro dono Próximo Texto: Fita de conversa será ouvida Índice |
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