São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996
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"Posso dizer que me comoveu"

TIAGO SCRIVANO
ESPECIAL PARA A FOLHINHA

O tempo que eles viveram foi muito bom. Mas, de uma forma um tanto "macabra" (medonha, triste), eles sumiram.
É lamentável. Ainda é difícil acreditar. Muito jovens, muito felizes. Uma banda com uma "carreira meteórica", como estão dizendo. Quase 2 milhões de discos vendidos.
Sumiram do jeito que apareceram: de repente. Sobre esse fato, posso dizer que me comoveu, comoveu meus amigos, enfim, o Brasil.
Muitos shows. Tudo muito corrido. Nem tempo eles tiveram para curtir todo esse sucesso. Posso dizer que era fã deles, ouvia a fita umas duas vezes por dia.
Foi uma tragédia nacional. Fiquei com pena deles. Mais ainda, dos pais deles. Principalmente do Sérgio e do Samuel, "irmãos" no nome. Mas todos os Mamonas eram "irmãos".
Eles eram pobres. O sucesso chegou muito rápido. "MONEY QUE É GOOD, ELES NÃO HEVIAM", fazendo uma referência à música "1.406".
Mas, com o sucesso incrível, eles "HEVARAM".
Eu me sinto como o Dinho na música "Lá Vem o Alemão", "...desde quando você me deixou...".
No futuro podem aparecer vários imitadores, mas ninguém conseguirá copiar o jeito, as caretas e a irreverência dos Mamonas.
Os Mamonas se foram fisicamente, mas deixaram aqui sua alegria e sua irreverência.
Adeus, Dinho, Sérgio, Samuel, Bento e Júlio.

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