São Paulo, sexta-feira, 8 de março de 1996 |
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Filme holandês contemplativo disputa o Oscar com 'Quatrilho'
FERNANDA SCALZO
A família do título é composta, essencialmente, por mulheres fortes. Antonia é quem conduz o filme, mas é sua bisneta quem narra. Ela era uma menina quando sua bisavó morreu e fez questão de ficar ao lado da cama para ver "o corpo fantástico" de sua avó fazer "a passagem da vida para a morte". É dessa passagem que trata o filme, da passagem do tempo, das estações, das pessoas. É montado como um álbum, e o espectador tem a sensação de estar virando as páginas, às vezes de uma maneira contemplativa demais. No dia em que sente a morte chegando, Antonia reúne a família e rememora sua vida. O filme começa quando Antonia volta para o campo, para o vilarejo em que nasceu, no dia da morte de sua mãe. A Segunda Guerra Mundial acabou e, com sua filha Danielle, Antonia passa a viver na casa que era da mãe. Danielle cresce e decide ter um filho, mas não um marido. Nasce sua filha Theresa, uma menina-prodígio, que por sua vez vai dar à luz Sarah, a menininha que narra a história. Entre um nascimento e outro, os fatos e o tempo vão passando. Os acontecimentos simplesmente se sucedem e em momento nenhum o filme tem um clímax ou uma resolução. O filme tem sua graça e sua delicadeza, mas é preciso ver "A Excêntrica Família de Antonia" como se contempla um quadro. Do contrário, corre-se o risco de ficar entediado. Texto Anterior: 'Despedida' é a chance para dois atores Próximo Texto: 'Três Desejos' traz desequilíbrio em trama sentimental Índice |
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