Folha de S.Paulo - Eu tenho a força; Novos tempos; Primeira onda; Façam o seu jogo; Tacape na mão; Ferroadas além mar; Quem planta, colhe; Estragando a festa; Verniz eleitoral; Operação gambiarra; Da boca para fora; Grana curta; Só falta a melancia; Tucano selvagem; Mensagem tucana; Efeito ameaça

São Paulo, sábado, 9 de março de 1996

Eu tenho a força; Novos tempos; Primeira onda; Façam o seu jogo; Tacape na mão; Ferroadas além mar; Quem planta, colhe; Estragando a festa; Verniz eleitoral; Operação gambiarra; Da boca para fora; Grana curta; Só falta a melancia; Tucano selvagem; Mensagem tucana; Efeito ameaça

Eu tenho a força
Sarney acha que não atrapalha FHC. O governo é que o elegeu bode expiatório, em vez de examinar a fundo suas dificuldades no Congresso. Ele se diz cansado e que pode mostrar o que é atrapalhar para valer, se for o caso.

Novos tempos
Entre os caciques pefelistas, comenta-se que FHC sabe que recebeu "uma lição forte" com as derrotas no Congresso. Ainda tonto com o acorrido, FHC vai cair na real, diz um líder do PFL.

Primeira onda
O simples anúncio da CPI dos bancos engarrafou as linhas telefônicas da presidência do Senado com uma série de denúncias. A mais recorrente é sobre o FGTS. Os bancos não estariam fazendo o repasse que a lei manda.

Façam o seu jogo
Ciro Gomes está aceitando apostas. Duvida que a CPI dos bancos seja instalada e, mais ainda, que o PPB indique senadores para integrá-la. "As relações orgânicas do PPB com o sistema financeiro não deixam", diz.

Tacape na mão
O governo mostra os dentes. O secretário-geral Eduardo Jorge diz que, antes de se falar na instalação da CPI dos bancos, é preciso falar na instalação das CPIs das empreiteiras e da CUT. Ambas estão nas gavetas do Senado.

Ferroadas além mar
De Portugal, onde se encontra para a posse do presidente Jorge Sampaio, Sarney contra-ataca: só não instalou a CPI das empreiteiras porque o Planalto pediu. O governo temia atrapalhar a votação das reformas.

Quem planta, colhe
Murilo Portugal, do Tesouro, diz que nunca recebeu pedido de audiência do líder Élcio Álvares (PFL-ES). "Eu o teria atendido com o maior prazer. Me disponho até a ir ao seu gabinete."

Estragando a festa
A Convenção Estadual do PFL hoje em São Paulo não reunirá todos os 12 líderes esperados. O cano de alguns visa punir a bancada paulista pela derrota da Previdência. Os quatro deputados do Estado se abstiveram.

Verniz eleitoral
Brizola tem brincado com a chapa Francisco Rossi-Marcos Cintra Cavalcanti para disputar a Prefeitura de São Paulo. Diz que Cintra é o "verniz intelectual" de Rossi, como Darcy Ribeiro foi o seu em 82 para governo do Rio.

Operação gambiarra
A cúpula do PFL comanda, enquanto FHC estiver no Japão, operação para obter uma brecha regimental e elaborar uma nova proposta para a Previdência. Nas palavras de um cacique, vão "corporificar um projeto".

Da boca para fora
Oficialmente, a Fiesp diz que a CPI dos bancos é um erro. Nos subterrâneos, muitos empresários apóiam. Seria uma chance para malhar os juros altos e rediscutir todo o sistema.

Grana curta
Análise de banqueiro: "O governo gerou a crise de desconfiança nos bancos. Em nome do real, espremeu o sistema. Agora, tem medo de a CPI voltar-se contra a moeda". Hoje, o BC tem sequestrados R$ 36 bi dos bancos.

Só falta a melancia
Preparando terreno para voltar à Câmara, Ricardo Fiuza faz no próximo fim-de-semana um leilão de cavalo mangalarga e gado nelore, o primeiro do gênero em Gravatá (PE). Ele vai leiloar seu cavalo "Luar da Pedra Verde".

Tucano selvagem
O ministro Clóvis Carvalho (Casa Civil) disse ontem na convenção do PSDB: "Preferimos que, quem vota contra, não tenha o ônus de estar no governo."

Mensagem tucana
Recado de Clóvis Carvalho: os nomes indicados pelos partidos "estão em constante estudo". Eles ocupam cargos de confiança "e são demissíveis".

Efeito ameaça
O deputado Ushitaro Kamia (PPB-SP) procurou Eduardo Jorge para dizer que se enganou ao votar contra a Previdência. Faltou dizer que não estava lá.

TIROTEIO
De Cândido Vaccarezza, secretário-geral do PT, sobre crítica de Aldo Rebelo (PC do B-SP) a Vicentinho, segundo a qual o sindicalista saiu muito atrasado do acordo da Previdência:
- Com amigos como o Aldo Rebelo, o PT e a CUT não precisam de inimigos.

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