São Paulo, sábado, 9 de março de 1996
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Mulher não crê na acusação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A mulher de Nelson da Silva Leonel, que não quis se identificar, disse que não quer falar com ele por enquanto. "O que adianta? Eu não estou bem, eu estou fora do ar, fui pega de surpresa. Só vai piorar para ele se eu for lá", disse.
Ela foi à Polícia Federal levar roupas a Leonel, mas não pôde entrar. Disseram que era necessário marcar hora, e ela desistiu de voltar.
"Não estou acreditando em tudo isso. O homem que casou comigo não pode ter feito isso. É meigo, carinhoso e está sempre comigo."
Segundo sua mulher, Leonel nunca lidou com explosivos. Foi marceneiro, trabalhou com fotografia no Itamaraty e tornou-se contínuo porque "pode subir" profissionalmente.
Em casa, ele completa a renda como estofador nos finais de semana e à noite. Consegue mais R$ 250, além de seu salário mensal de R$ 450. Em novembro, logo após a explosão da bomba, ele passou as férias trabalhando e juntou R$ 850.
O casal está junto há cinco anos e não tem filhos. Mora em uma casa de dois quartos em Valparaíso, cidade de Goiás a 40 km de Brasília.
Os dois vão juntos ao Itamaraty de ônibus todos os dias. Ela também é funcionária do ministério. Tem 46 anos e ganha R$ 859.
A mulher de Leonel não disse onde trabalha, mas seu departamento fica embaixo da sala de Andréia David. Pouco depois da explosão, Leonel telefonou para ela perguntando o que tinha ocorrido. Segundo ela, ele nunca revelou qualquer rancor contra a diplomata.

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