São Paulo, sábado, 9 de março de 1996
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Pastor dissidente da Universal é indiciado em Pernambuco

Carlos Magno de Miranda é acusado de fazer denúncia falsa

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A Polícia Civil de Pernambuco anunciou ontem em Recife o indiciamento do pastor dissidente da Igreja Universal do Reino de Deus Carlos Magno de Miranda, 40, sob a acusação de ter feito uma falsa comunicação de crime.
Também foram indiciadas, sob a mesma acusação, a mulher dele, Sandreli Mara Ferreira Amanteia, e a sogra, Gecy Ferreira Amanteia. A pena prevista, caso eles sejam condenados, varia de seis meses a um ano de detenção, ou multa.
Os três, segundo a polícia, forjaram o sequestro de Sandreli e Gessy em 27 de dezembro para justificar o suposto desaparecimento de duas fitas de vídeo, que conteriam denúncias contra a Universal.
Segundo o delegado Aníbal Moura, as testemunhas, a reconstituição e as perícias não confirmaram a versão dos acusados.
Foi Carlos Magno quem divulgou a fita de vídeo que mostra o líder da Universal, Edir Macedo, ensinando pastores da igreja a solicitar dinheiro dos fiéis.
Nas fitas que teriam sido roubadas, Carlos Magno diz que Macedo aparece assistindo a um filme pornográfico em companhia da mulher e de outros casais.
As gravações mostrariam ainda bispos da Igreja Universal escondendo dinheiro supostamente recebido de um traficante colombiano para a compra da TV Record.
O pastor disse que ficou "estarrecido" com a notícia do seu indiciamento. Afirmou que não recuará nas denúncias: "Não vou recuar. Isso seria pior que a prisão".
"Essa decisão da polícia foi mais um milagre do bispo Macedo. Lutar contra tem dinheiro é dar murro em ponta de faca", disse.

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