São Paulo, sábado, 9 de março de 1996 |
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Paula Scher se assusta com visão mercantilista
CELSO FIORAVANTE
Paula Scher provou que design não é simplesmente vender uma mercadoria, mas sim criar a personalidade de uma instituição e de seu produto. Começou apresentando todo o projeto de identidade visual criado para a Õola, uma empresa sueca de doces. Criou embalagens, sacolas, pôsteres comemorativos (Natal e Páscoa) e camisetas usando sempre cores primárias (amarelo, vermelho e azul) mais preto, branco e cinza (uma remissão à Escola De Stijl e a Piet Mondrian). Chegou a desenvolver todo um alfabeto para os produtos da marca. Também surpreendente é a reunião de classicismo e "gaieté" nas embalagens da loja de roupas e calçados G. H. Bass & Co. Com Scher, caixas de sapato ultrapassam seu simples papel de embalagem. A designer, porém, ficou chocada com a visão mercantilista apresentada pelo brasileiro Lincoln Seragini, que criou o novo rótulo da cerveja Antarctica. "Fico muito preocupada com esse tipo de colocação. Dinheiro não é tudo. Design é elevar o produto. É procurar um tipo de sofisticação", disse. Em sua apresentação, Seragini sempre relacionou o sucesso de seu produto com algum aumento de vendas. Chegou a mostrar uma medonha embalagem de detergente como objeto bem-sucedido de design simplesmente pelo fato de perturbar o consumidor. (CF) Texto Anterior: Do 5º nome Próximo Texto: Ricca encontra nova música em Shepard Índice |
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