São Paulo, sábado, 9 de março de 1996
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Nova Folha; Caminho único; Sem crítica; Enchentes; Legislação questionada; Giannotti

Nova Folha
"Depois de ter passado três semanas no exterior, fiquei surpreso ao ver o novo formato e bonitas cores do jornal. É uma mudança muito positiva. Parabéns!"
Gerald H. Greene, presidente da Kodak Brasileira (São Paulo, SP)*
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"Cumprimentamos pela reforma gráfica. Rejuvenesceu o jornal sem perder a cara anterior. Quanto às cores... a gente vem acompanhando o esforço e torcendo."
Osvaldo Assef, da O.A. Consultoria de Comunicação Ltda. (São Paulo, SP)
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"Só não vê quem não quer, só não entende quem não conhece. Infelizmente, as mudanças anunciadas não aconteceram ainda, mas é a maior inovação no parque gráfico brasileiro. Parabéns pela coragem de investir e acreditar neste país."
Cristovão Cursino, vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos (São José dos Campos, SP)
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"Esta é a primeira vez que escrevo a um jornal e eu gostaria de parabenizar a Folha pela reforma gráfica. Mas não: infelizmente, sou obrigado a escrever para reclamar, pois estou indignado. O jornal andou anunciando a era da cor total, mas o que vejo são páginas e mais páginas em preto e branco, aliás, em cinza, pois está tão ruim que as fotos estão desbotadas."
Ronaldo José dos Santos (São Paulo, SP)
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"A Folha não se preparou adequadamente para crescer, por isso é que vemos dia-a-dia os vexames acontecerem, como o caso da encadernação do atlas e agora a entrega atrasada dos jornais dos assinantes. Já é hora de ter vergonha na cara e voltar a ter o 'rabo preso' com o leitor, como antigamente."
Nilton S. Ribeiro (São Paulo, SP)

Nota da Redação - A Folha enfrenta problemas técnicos em seu novo centro gráfico, o que provocou um recuo provisório no cronograma de implantação do projeto cor total. O objetivo, no entanto, não foi abandonado. A Folha está empenhada em solucionar o mais rapidamente possível esses problemas. Os horários de entrega, que foram prejudicados no início da semana, já estão regularizados.

Caminho único
"Uma investigação séria, transparente e eficiente sobre o sistema financeiro é a única maneira de resgatar-lhe a credibilidade diante da sociedade estarrecida com os últimos acontecimentos. Não há caminho fora de uma CPI para alcançar os objetivos necessários para uma profunda 'reengenharia' no sistema financeiro. 'CPI urgente, se não a conta é da gente."'
Claudio Mario Leal Passos, membro da Cives -Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania (São Paulo, SP)

Sem crítica
"Diante da notícia publicada pela Folha em 7/3, sob o título 'Governo veta uso de painéis antiladrões', é preciso que se esclareça a opinião pública que a idéia de enviar mensagem ao delinquente, por meio de painéis eletrônicos, realmente foi nossa e até acreditávamos pudesse ela surtir os efeitos desejados pela comunidade, mas em momento algum dissemos à reportagem que o veto de sua excelência o senhor secretário da Segurança Pública ao projeto, constituir-se-ia em 'falta de visão' e nem tivemos, nem sequer, qualquer intenção em tecer críticas à respeitável decisão daquela digna autoridade."
Marco Antonio Martins Ribeiro de Campos, delegado de polícia titular da 1ª Delegacia Seccional -Centro (São Paulo, SP)

Enchentes
"Na reportagem sobre as enchentes no bairro do Butantã em 4 e 5 de março não há referência quanto às causas, além das chuvas em quantidade, as quais não justificam o vulto do acontecido. Não é possível provar que a enchente foi provocada por má condução das obras de canalização do córrego do Pirajussara, mas certamente os procedimentos adotados tiveram um enorme efeito no vulto dos prejuízos ocorridos. Por três motivos. Primeiro: estão sendo executadas obras no trecho embaixo da ponte da avenida de entrada da Cidade Universitária sem que o canal a jusante estivesse construído, contrariando um princípio básico de obras hidráulicas. Segundo: as obras nesse ponto crítico estão sendo feitas nos meses de dezembro a março, quando as chuvas são mais intensas. Normalmente, os desvios do córrego devem ser feitos com ensecadeiras de terra, para que se rompam quando o nível d'água sobe, evitando-se enchentes. Nos últimos dois meses, mais de 20 vezes as ensecadeiras de terra se romperam por causa das chuvas, transportando toda a terra para o canal do Pinheiros. Terceiro, e o mais importante: depois de tantas tentativas frustradas, foi feita uma ensecadeira de concreto na parte central embaixo da ponte, e um gabião escorado em blocos de concreto na lateral; esse sistema, claro, não rompeu com a subida da água, mas represou o córrego, sendo responsável pelo enorme vulto da enchente, se não pela própria ocorrência da mesma. Tanto é verdade que a parte superior dessa ensecadeira de concreto foi destruída após a enchente, aparentemente para tornar menos grave sua responsabilidade em enchentes que ainda podem ocorrer neste mês."
Carlos de Sousa Pinto (São Paulo, SP)

Legislação questionada
"É público e notório que a Folha condena as práticas do MST, tachando-as de invasões, em que pese a Constituição Federal estabelecer a vinculação do direito de propriedade ao cumprimento de sua função social. Entende a Folha -e até certo ponto com razão- que há uma lei a ser respeitada, à qual o MST deve se sujeitar. Isso já foi tema de editorial do jornal e de artigos de Josias de Souza e outros. Pois bem, quando se trata daqueles que trabalham na terra terem sua posse por meio da ocupação, a Folha defende categoricamente o legalismo. Mas, quando se trata de a legislação ser desrespeitada para favorecer a interesses do capital, a Folha perde o respeito à lei. Vejamos o que seu editorial de 16/2 defendeu acerca do acordo entre Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e sindicatos patronais. Um acordo escancaradamente realizado ao arrepio da mesma lei que a Folha diz defender: 'Não há dúvida de que os termos do acordo colidem com a lei atual. Mas seu mérito está exatamente em forçar o debate sobre o custo da contratação no Brasil'. Por essa ótica, poderíamos ter: 'Não há dúvida que a ocupação de terras colide com a lei atual. Mas seu mérito está exatamente em forçar o debate nacional sobre a injusta distribuição da propriedade da terra no Brasil'. A Folha deve um posicionamento firme a seus leitores: ou fica com a lei pela lei, defendendo a improdução, o pasto e o gado do latifúndio, em detrimento de vidas humanas, ou defende o trabalho e a possibilidade digna de vida neste país tão rico."
José Teógenes Abreu (Icó, CE)

Nota da Redação - Em 18/11/95, quando da primeira prisão de Diolinda Alves, a Folha, em editorial intitulado "Sem-terra, mas sem cadeia", o jornal condenou a decisão.

Giannotti
"A hipocrisia e cretinice agudas que permeiam o artigo 'De rabo para o leitor', do filósofo da corte José Arthur Giannotti, me deixaram tão pasmado que esperei que algum intelectual do Partido dos Trabalhadores respondesse. Entretanto, como esses intelectuais do PT estão hoje completamente acovardados frente às arengas neoliberais, me sinto na obrigação de deixar meu protesto contra o artigo desse professor -marxista de mentirinha- que nele nega o que efetivamente é."
José Henrique Fialho (Belo Horizonte, MG)
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"Parabéns ao prof. Giannotti por denunciar a linha editorial da Folha. A sua coragem deveria ser seguida pelos homens de bem que um dia quiseram dar um pouco de si pela vida pública. No caso deste jornal, do qual sou assinante, faço coro com o prof. Giannotti, pois não tenho mais paciência em ler o que escrevem jornalistas do tipo de um Clóvis Rossi, que mais parecem 'aves de rapina', ou seja, vão à cata dos fatos só para fazer críticas, e nunca dar idéias. Isso é o que se chama de jornalismo pobre."
José Emanuel Fernandes (São Paulo, SP)

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