São Paulo, domingo, 10 de março de 1996
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Redução ou não de salários divide trabalhadores do ABCD

LUÍS PEREZ; MARCELO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL E DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Salário: reduzir ou não, eis a questão. "A medida está no começo, vamos ver no que vai dar", diz Fernando Luis Cim, 25, montador da Volkswagen, de São Bernardo do Campo (SP).
A empresa não diminuiu os salários dos trabalhadores. Cim diz que não aceitaria essa diminuição, caso fosse proposta.
O mesmo não acontece com o operador de máquinas Raimundo Nonato de Oliveira, 20, metalúrgico da Racz, do ABCD.
Ele passou o segundo semestre do ano passado ouvindo histórias de amigos e conhecidos que tinham perdido o emprego.
Em setembro do ano passado, havia rumores de que a Racz estava com vendas fracas e que poderia haver demissão.
No mesmo mês, os donos da empresa informaram que iriam reduzir em 20% o trabalho, mas cortavam também os salários em 20% por dois meses.
"Não é legal ter corte no salário. Tive de deixar de comprar roupas e sapatos de que precisava e até reduzir o número de passeios. Mas agora a situação está normal", diz Oliveira.
No entanto, resignado, afirmou que foi melhor ter o corte no salário do que o do emprego.
A Volkswagen diz que precisará de mais 470 trabalhadores. "Não tenho dúvidas de que é consequência da redução da jornada", diz José Raulino Lima, da comissão de fábrica.
(LPz e MM)

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