São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Tudo ou nada; A isca; Sem ressentimentos; Para longe; Do outro lado do mundo; Outubro chegando; Obediência devida; Longa vida; Se correr...; PT e privatização; Tudo pela causa; Fogo de chão; À beira do lago; Blindados de papel; De dentro; Axé previdenciário

DO OUTRO LADO DO MUNDO

Tudo ou nada
Ao fazer o líder do PMDB relator da Previdência, o governo põe o maior foco de defecções da base parlamentar contra a parede. Para aceitar a missão, Michel Temer deve ter calculado que pode reverter votos suficientes.

A isca
A missão ingrata de Michel Temer pode ter contrapartida a médio prazo. No começo de 97 deve abrir uma vaga no Supremo, a ser preenchida por Nelson Jobim. Temer se arrisca agora, mas se habilita à vaga do ministro.

Sem ressentimentos
O PFL é generoso. Enquanto o governo fala em punir exemplarmente os "infiéis", o partido promoveu, sábado, o deputado Corauci Sobrinho (que votou contra a reforma da Previdência) a secretário-geral em São Paulo.

Para longe
Piada entre tucanos: Malan e Gustavo Loyola se ofereceram para coordenar a campanha de Serra a prefeito paulistano.

Os tucanos acompanham atentamente a viagem de FHC ao Japão. Acham que das conversas do presidente com Serjão e Serra, que integram a comitiva, sairá o candidato à sucessão paulistana.

Outubro chegando
Em campanha, a oposição usa a ameaça de FHC de retaliar os aliados infiéis no Congresso. "É fantástica a consistência ideológica da base governista. Só vota movida a cargo, verba ou chicote", diz Mercadante (PT).

Obediência devida
O Ministério da Justiça recomendou a suspensão por 30 dias dos agentes da PF envolvidos no grampo do embaixador Júlio César. A pena é branda porque eles cumpriam "ordens superiores".

Longa vida
Antes de embarcar para Tóquio, FHC extinguiu 1.026 cargos de confiança dos ministérios já extintos. Parece muito, mas entre os cargos de maior salário apenas cinco foram eliminados.

Se correr...
A diretoria do BC está à beira de um ataque de nervos. Um juiz do Rio mandou liberar R$ 500 mil de artistas da TV Globo bloqueados no Econômico. Outro processo pode condená-la por pagar contas até R$ 20 mil.

PT e privatização
A Prefeitura de Londrina (PT) refará a licitação para vender 40% das ações da estatal de telefonia. Ex-presidente da Sercomtel, Assad Janani saiu atirando.

Tudo pela causa
No que depender do PFL, não será por inanição que a reforma da Previdência deixará de ser aprovada. A cúpula do partido almoçou duas vezes no sábado -uma em São Paulo, outra em Brasília- articulando a votação.

Fogo de chão
Em São Paulo, Bornhausen, Stephanes e outros pefelistas aprofundaram o namoro com a Força Sindical, em almoço com Paulinho. Buscam apoio não só na Previdência, mas para outros projetos. Pode dar casamento.

À beira do lago
Em Brasília, o grupo que comera um churrasco em São Paulo almoçou na casa de Luís Eduardo. Souberam que o presidente da Câmara havia posto o guizo no gato: Michel Temer (PMDB) topara ser relator da Previdência.

Blindados de papel
A campanha por um coordenador político no Planalto ganhou a adesão ferina de Ciro Gomes. "Afinal, quantas divisões tem o Clóvis Carvalho?", ironiza o ex-ministro da Fazenda.

Não é só no Congresso que o governo enfrenta dissidências na Previdência. Os fundos de pensão das estatais ficaram contra a reforma porque a emenda corta pela metade os repasses das empresas para seus cofres.

Axé previdenciário
Usar prefeitos e governadores para pressionar deputados a aprovarem a Previdência não basta para o governo reverter a votação. Na semana passada, até a prefeita Lídice da Mata (Salvador) fez lobby no Congresso.

TIROTEIO
- Assim, FHC mostra que está tendo a mesma política do Sarney, o "é dando que se recebe", só que mais escancarada. Ao menos nisso eles são transparentes.

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