São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Armadilhas da memória

Eram os anos 50 e Jânio Quadros era governador de São Paulo. Certo dia chegou ao seu gabinete, no Palácio dos Campos Elísios, uma remessa de livros.
Coube ao secretário de Jânio, Augusto Marzagão, abrir o pacote e examinar seu conteúdo. Eram publicações da Civilização Brasileira. Oito autores que estavam sendo lançados pela editora.
Marzagão levou os volumes ao gabinete do governador e colocou-os sobre a mesa de despachos. Jânio examinou um a um pela lombada, sem se dar ao trabalho de tocá-los.
Como não conhecia nenhum dos escritores, recomendou ao secretário:
- Augusto, guarde estes livros por cinco anos. Se até lá ainda valerem a pena, lê-los-ei.
O tempo passou, Jânio virou presidente e renunciou. Até que um dia Marzagão entregou ao ex-chefe apenas um dos oito livros. Mas não devia ser mesmo grande coisa. Hoje, ele nem sem lembra mais o nome do autor.

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