São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Discussão confunde moradores da cidade

VÍTIMAS

DA REPORTAGEM LOCAL

"A sensação que temos é a de um pássaro que não sai do lugar. Uma asa é a prefeitura. A outra, o Estado. O povo é o corpo." É assim que Maria de Fátima Guimarães Moreira Maluf, moradora do Brooklin, define a disputa entre o prefeito Maluf e o governador Mário Covas.
Ela disse que a rua Andrea Paulineti, onde mora, foi inundada 14 vezes só neste ano. "O jogo de empurra" entre Estado e prefeitura posterga a solução do problema, na visão dela.
O secretário municipal Reynaldo de Barros (Vias Públicas) disse semana retrasada que as enchentes na região são culpa exclusiva do Metrô, que paralisou obra na avenida Roque Petroni. Cláudio de Senna Frederico, secretário dos Transportes Metropolitanos, rebateu. Ele afirmou que não anda pela rua "procurando culpados".
O empresário Sérgio Kalil, dono do Spot, disse ficar confuso com a disputa entre os governos. Em seu restaurante, na região da Paulista, há espaço para fumantes e não-fumantes.
"No dia que saiu a lei do Covas, consegui liminar contra o decreto da prefeitura." Kalil disse que, sem a liminar, não saberia se obedeceria a lei estadual ou o decreto municipal.
A artista plástica Maria Clara Fernandes acha injusto alguém ser multado duas vezes por uma única infração. "Isso é um grande absurdo", disse.
Ela não concorda com o rodízio. Maria Clara tem dois carros e pretende usá-los para levar os filhos nas escolas e cursos que frequentam. "O que o governo deve fazer é proporcionar transporte coletivo, assim a população deixa o carro em casa."

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