São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

'Só diria não se fosse burro'

DA REVISTA DA FOLHA

Antonio Carlos Ribeiro da Silva, vice-presidente da Kaiser, concedeu à Folha a seguinte entrevista na semana passada:
Folha - O que fez a Kaiser chegar à primeira posição em vendas em São Paulo e Curitiba?
Antonio Carlos Ribeiro da Silva - Temos uma boa distribuição, da fabricante da Coca-Cola, e o produto vem aumentando sua aceitação no mercado.
Folha - O que mudou na estratégia de marketing da Kaiser?
Silva - A partir de 92, passamos a investir em uma espécie de segmentação. Lançamos Kaiser Bock, Gold e Summer Draft, o que aumentou o consumo. O impacto do lançamento da Summer Draft ainda não foi medido na última pesquisa Nielsen. Esperamos que os resultados sejam ainda melhores. Não posso dar números de vendas porque não quero informar a concorrência, mas posso dizer que já falta o produto no mercado.
Folha - Qual foi o faturamento da Kaiser em 95?
Silva - Próximo de R$ 1 bilhão. Para 96, devemos crescer 20%.
Folha - Onde você trabalhou antes da Kaiser?
Silva - Trabalhei quatro anos na Kibon, 14 anos na Johnsons & Johnsons e três anos na Editora Abril, sempre na área de marketing. Lancei as fraldas descartáveis, o Sundown e participei da criação dos bonequinhos azuis que marcam as propagandas dos cotonetes.
Folha - Você chegou na Kaiser em 92, ou seja, lançou a nova estratégia de marketing?
Silva - Fiz adaptações do que já havia e o resultado foi esse.
Folha - Como está a construção de novas fábricas?
Silva - Araraquara começou a funcionar em novembro. Tem uma fábrica em construção que ficará pronta em agosto, em Ponta Grossa (PR), uma outra está sendo projetada em Pacatuba, no Ceará, temos um terreno em Anápolis (GO) e planejamos mais uma fábrica no Nordeste, entre o Ceará e a Bahia.
Folha - É em Pernambuco?
Silva - É uma área boa, não só pela geografia, mas por seu mercado, mas não posso confirmar.
Folha - Quais serão as novidades para este ano?
Silva - Temos dois produtos na prateleira prontos para lançar, ainda não sabemos quando. Na área cultural, teremos o Heineken Concerts e a Kaiser também promoverá shows, nos mesmos moldes.
Folha - As informações do mercado são de que você será o novo presidente da Kaiser, é verdade?
Silva - É muito delicado comentar isso. É evidente que gostaria de ser o presidente. Só diria não, se fosse burro. Gostaria muito, mas não posso falar nada sobre isso.
Folha - Quais serão as próximas ofensivas?
Silva - Temos nossos planos. Em Belo Horizonte, progredimos muito nos últimos anos e devemos crescer mais. Temos projetos também para o Rio onde nossa posição ainda não é muito boa.

Texto Anterior: Kaiser terá novo presidente neste ano
Próximo Texto: Argentina vende mais peixe que carne
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.