São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Geração 90 é marcada por mais 'intimidade' com a idéia da morte

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia o telefone toca e a notícia que você ouve é difícil de acreditar: um de seus amigos morreu. A idéia da morte vem se tornando cada vez mais comum entre os teens. Em três anos, eles viram morrer jovens que eram seus ídolos: em 93, o ator River Phoenix, em 94, o líder do Nirnava, Kurt Cobain e há pouco mais de uma semana, os integrantes dos Mamonas. Mas o número de mortes entre adolescentes que não aparecem nos jornais é maior e ainda mais preocupante. Em 95, só na cidade de São Paulo, 2.103 jovens entre 13 e 20 anos morreram, 50,1% assassinados e 12,2% em acidentes. Os dados são do Pro-Aim (Programa de Aprimoramento de Mortalidade no Município de São Paulo). O sofrimento sempre demora a passar. Júlio Cézar do Nascimento, 13, não se recuperou da morte de seu irmão, Ricardo, então com 15 anos, assassinado na porta de casa. Quando sente saudades, escuta um disco dos Racionais, banda predileta do irmão.

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