São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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"Dossiê Chatô" estréia sexta na GNT

ESTHER HAMBURGER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Esta sexta-feira, dia 15 às 22h30, estréia na GNT o documentário "Dossiê Chatô, o Rei do Brasil". Dirigido por Walter Lima Jr., a série de sete episódios sobre o ousado e polêmico homem público, jornalista, advogado e político, é ave rara em nossa televisão.
O documentário procura desvendar a figura intrigante de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, o menino gago do interior de Pernambuco que se tornou um dos homens mais poderosos do país. O recurso a uma narração polissêmica, que inclui as perspectivas de populares, de personalidades como Millôr Fernandes, Darcy Ribeiro e Hélio Fernandes, e do próprio Chatô, através de alguns de seus textos -lidos com emoção por Lima Duarte, seu porta-voz oficial nos últimos anos- é especialmente adequado para expressar o drama da figura controversa.
O primeiro episódio, "Mais Rápido do que a Fala" faz uma apresentação de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Sua família, sua infância, sua gagueira no interior de Pernambuco. Sua fascinação pelo jornalismo, sua participação em uma polêmica de José Veríssimo com Sílvio Romero, sua mudança para o Rio de Janeiro. Utilizando fotografias, depoimentos, imagens de arquivo e algumas sequências de ficção, o programa constrói uma narrativa que respeita a cronologia, sem cair em um linearismo excessivo.
Seguem-se seis episódios sobre aspectos diferentes da personalidade e das atividades de Chatô. O seriado merece atenção porque é pioneiro em várias frentes. Rodado em película, traz o cinema para televisão. Trata-se de produção nacional, em uma TV paga dominada por programas estrangeiros. É uma co-produção do ator Guilherme Fontes e da GNT, representanto algum espaço para a produção independente. E, principalmente, trata do personagem que, entre outros feitos, introduziu a televisão no Brasil e construiu o Museu de Arte de São Paulo.

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