São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996 |
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Temperamentos de senador e Clinton são opostos
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
A idade não é o único elemento a diferenciar os homens que em novembro disputarão a Presidência. Seus temperamentos não poderiam ser mais opostos. Clinton é extrovertido, efusivo, falastrão. Dole é tímido, reservado, quieto. Clinton adora fazer campanha, tocar as pessoas, discursar. Dole prefere reuniões pequenas, conversas ao pé do ouvido, negociar. Nos possíveis principais pontos da campanha, discordam sobre quase tudo, menos sobre a pena de morte, que ambos apóiam. Clinton defende o direito ao aborto e a restrição à posse de armas de fogo, por exemplo. Dole se opõe às duas teses. Embora de maneira qualificada e cada vez com menos ênfase, Clinton é favorável à ação afirmativa (incentivos para maior presença de negros e mulheres em universidades e locais de trabalho) e a que homossexuais participem das Forças Armadas. Dole é contra. Clinton não concorda com novos cortes de impostos para empresas, e Dole é um dos principais defensores da proposta no Congresso. Mas, em política externa, estão de acordo em quase tudo: presença militar na Bósnia, iniciativas de paz no Oriente Médio e abertura para o comércio internacional. Apesar das diferenças, desde 1995, quando seu governo, na prática, virou parlamentarista devido ao controle do Congresso pela oposição, Clinton tem tido em Dole um valioso aliado. Dole tem sido o principal interlocutor de Clinton, e os dois têm conseguido resolver impasses que poderiam ter paralisado o país. Mas isso pode custar votos a Dole em novembro, quando, afinal, ele será o candidato da oposição. (CELS) Texto Anterior: Idade e falta de carisma atrapalham Dole Próximo Texto: Bob Dole; Bill Clinton Índice |
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