São Paulo, segunda-feira, 11 de março de 1996
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Trem iniciou progresso há 100 anos

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

"Maiami" -ou lago de água doce- era como os índios seminole chamavam a região onde hoje está a cidade de Miami.
As origens da cidade propriamente dita remontam a um posto de correio, fundado em 1857 por oficiais do forte Dallas.
A Flórida ganhou real importância com a chegada de William Brickell. No final do século 19, enquanto todos guerreavam com os seminoles, Brickell se ocupava em fazer comércio com eles.
Em 1896, Miami passou a existir oficialmente, mas já tinha 16 comerciantes estabelecidos -quatro deles eram judeus.
Henry Flagler trouxe a ferrovia e, por consequência, o progresso. Corria o ano de 1897 e Flagler, fundador da Standard Oil, foi o pioneiro do comércio entre Miami e Nassau, no Caribe.
Nos anos 20, a população local cresceu 400% e Miami ganhou o apelido de "Magic City".
Torres da cidade
Dois exemplos notáveis da arquitetura dessa época são a Torre da Liberdade, no Biscayne Boulevard, e o hotel Biltmore, no bairro de Coral Gables (leia na pág. 6-7).
Ambos datam de 1926, têm arquitetura inspirada na Torre da Giralda, de Sevilha (Espanha).
Construída por James M. Cox para sediar o jornal "Miami Daily News", a Torre da Liberdade (ou "Freedom Tower") foi projetada por Schulze e Weaver como o prédio dominante da cidade.
Nos anos 30, Miami e Miami Beach foram invadidas pelo estilo art déco, mas, entre 1939 e 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, a Flórida praticamente parou.
Os hotéis se transformaram em hospitais ou alojamentos, e os restaurantes viraram refeitórios.
Nem assim Miami e Miami Beach saíram do roteiro das celebridades.
Na lista de hóspedes do hotel Biltmore -que comemora 70 anos neste ano- estão anotados os nomes do duque e da duquesa de Windsor, do gângster Al Capone, da atriz Judy Garland e do cantor Bing Crosby, bem como os membros das famílias Vanderbilt e Roosevelt.
Metrópole latina
Sacudida pela história do século, a região incorporou definitivamente a influência latina em 1962.
Foi nesse ano que a Torre da Liberdade ganhou seu nome atual e passou a abrigar o Comitê dos Refugiados Cubanos, que somavam cerca de 500 mil nos primeiros anos do governo de Fidel Castro.

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