São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Afastado por 'vazamento' faz a defesa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diretoria do Banco Central ouvirá o procurador-adjunto da instituição, Manoel Loiola, para que ele tenha o direito de defesa.
Depois disso, conforme as normas internas do BC, será instaurado um processo administrativo para apurar as responsabilidades.
Na última sexta-feira, Loiola revelou que o BMD (Banco Mercantil de Descontos) era suspeito de manipulação de balanço.
Ele fez a afirmação depois que disse a jornalistas que o BC estava investigando também um "bancão" em sua denúncia ao Ministério Público. Pressionado, disse o nome do BMD. A diretoria do banco negou imediatamente a fraude.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) determinou ao presidente do BC, Gustavo Loyola, que afastasse o procurador-adjunto do cargo. O BC é hierarquicamente subordinado ao Ministério da Fazenda.
Ontem, o procurador-adjunto não apareceu no BC. A informação no Departamento Jurídico é de que ele teria viajado, mas não foi informado o local. Teoricamente, Loiola poderia continuar trabalhando no BC sem a função de confiança até que seja apurada sua responsabilidade.
Documento oficial
Até as 18h30 de ontem, o procurador-adjunto estava fora do cargo comissionado apenas por um ato informal do ministro da Fazenda: não tinha sido divulgado nenhum documento oficial.
O BC e nem a assessoria de imprensa do ministro Malan sabiam informar como será justificado o afastamento: se baseado no estatuto do servidor público ou pelas normas do BC.
A assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda disse que a decisão de Malan foi política. O ministro considerou que a informação do funcionário do BC poderia causar problemas ao BMD.
O ato formal de afastar Loiola do cargo é responsabilidade do BC, informou a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda.

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