São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Presidente desiste de demitir apadrinhados de deputados

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso voltou atrás e desistiu de demitir de cargos de segundo escalão do governo apadrinhados de parlamentares que negaram apoio à reforma da Previdência, na semana passada.
Com as demissões, avaliou o comando político do governo, FHC corria o risco de perder mais votos na segunda tentativa de votar as mudanças no sistema de aposentadorias, ainda sem data marcada.
Poderia perder também votos para as demais propostas de reforma da Constituição.
Reversão
O Planalto aposta numa reversão da derrota sofrida na quarta-feira passada, quando 88 parlamentares da base governistas votaram contra o substitutivo do deputado Euler Ribeiro (PMDB-AM).
A avaliação feita ontem, cinco dias após a derrota, é otimista.
Mesmo desistindo das demissões por enquanto, o governo não arquivou por completo a idéia de retaliar os parlamentares infiéis.
A regra ditada pelo presidente é a seguinte: os políticos receberão do Planalto a mesma dose de "solidariedade" que manifestarem ao governo.
O comportamento de cada parlamentar é acompanhado pela assessoria parlamentar do Planalto, subordinada ao chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, e pelo secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira.
PPB
As pressões por uma reforma ministerial também foram contidas por FHC.
A Folha apurou que o presidente mantém o compromisso de abrir espaço ao PPB na Esplanada.
Mas isso só ocorrerá no final do primeiro semestre, quando os ministros que quiserem disputar as eleições municipais se afastarão dos cargos.

Texto Anterior: PMDB faz exigência para apoiar projeto do governo
Próximo Texto: Peemedebistas pedem punição
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.