São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Greve afeta mais zonas sul e oeste de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

As zonas sul e oeste da cidade foram as regiões mais afetadas ontem pela greve dos lixeiros.
Segundo o Siemaco (sindicato dos lixeiros), a adesão foi de 75% nas regiões sul e oeste da cidade. Já nas zonas norte, sul e central, a adesão ao movimento não ultrapassou 60%, segundo o Siemaco.
O próprio sindicato patronal admitiu adesão de 80% nas zonas sul e oeste. Nas demais regiões, a avaliação das empresas foi de 30% de adesão durante o dia.
Os garis e coletores -cerca de 15 mil funcionários na cidade- pedem reajuste salarial de 55%, adicional noturno de 50%, convênio médico gratuito, pagamento de horas extras e tíquete refeição no valor de R$ 6,00.
A greve foi decidida em assembléia realizada na última quinta-feira, que reuniu cerca de 3.000 funcionários. Ontem, outra assembléia -com cerca de 300 trabalhadores- decidiu pela continuidade do movimento.
O sindicato patronal representa as sete empresas contratadas pela prefeitura para fazer a limpeza da cidade. Não houve proposta das empresas de coleta de lixo para os grevistas.
Segundo Augusto de Carvalho Alves, presidente do sindicato das empresas, a decisão de não negociar com o Siemaco foi tomada porque o sindicato não quis esperar 15 dias por uma proposta das empresas -como teria sido acordado entre os dois sindicatos.
Carvalho Alves entrou ontem com um pedido no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) exigindo a volta ao trabalho dos funcionários e afirmando que o sindicato está descumprindo a lei porque estaria deixando de recolher também o lixo hospitalar (30% do total). O sindicato dos lixeiros nega e afirma que os serviços essenciais foram mantidos.
A prefeitura não fez ontem um balanço da quantidade de lixo acumulado, mas recomendou que, enquanto a greve durar, os paulistanos devem evitar colocar o lixo nas calçadas e nas ruas.

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