São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996 |
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Bahia, Maranhão e Sergipe têm epidemia de dengue
WAGNER OLIVEIRA
A doença atinge os demais Estados da região (Ceará, Pernambuco, Alagoas, Piauí, Paraíba e Rio Grande do Norte), onde virou uma endemia (existe constantemente). A situação mais crítica é a do Maranhão, que registrou em janeiro 2.256 casos da doença em 12 municípios. Em todo o ano passado, houve 1.776 casos no Estado. Neste ano, a dengue alcançou Sergipe, único Estado nordestino que não tinha casos da doença. O Ministério da Saúde aponta 86 casos em janeiro no Estado. A doença está concentrada em Aracaju. Na Bahia, 11 municípios têm a doença. A capital Salvador é uma das cidades mais afetadas. No ano passado, o Estado foi o mais atingido pela doença no Nordeste, com 34.507 casos notificados. Em janeiro, ocorreram 2.243 casos, contra 994 em janeiro do ano passado. A responsável pelo levantamento dos dados referentes à dengue no Ministério da Saúde, a médica epidemiologista Disney Antezana, disse que o crescimento da doença pode ser explicado, em parte, pelo melhor aparelhamento na coleta de informações junto aos órgãos de saúde estaduais e municipais. Segundo ela, no ano passado a estrutura era menos eficiente. Antezana disse que todos os casos da doença são do tipo 1, forma menos grave e cujos sintomas são febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos. A forma mais grave é a do tipo 2, a dengue hemorrágica, que pode provocar a morte. Segundo Antezana, desde 95 não há registro de mortes causadas pela doença. Para a especialista, o Brasil precisa intensificar o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. Apesar disso, de acordo com a médica, o Ministério da Saúde não dispõe de pessoal suficiente para fazer a borrifação nas casas onde há larvas do mosquito. Antezana compara o estágio atual da dengue no Brasil com o de alguns países da Ásia, como a Tailândia e as Filipinas, nas décadas de 50 e 60. Texto Anterior: Interior de São Paulo é Jeca Tatu que ficou rico Próximo Texto: Seis detentos fazem dois carcereiros como reféns Índice |
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