São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996 |
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Metalúrgico da CUT negocia encargo
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
"Se for para gerar emprego e se houver um compromisso do governo e dos empresários nesse sentido, é possível discutir esse tal de contrato especial", afirma Guiba. Para ele, o esboço de projeto de lei apresentado na sexta-feira pelo ministro do Trabalho, Paulo Paiva, "é melhor" do que a proposta acordada entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (Força Sindical) e os empresários do grupo 19-3 da Fiesp (setores de máquinas e eletroeletrônicos). A CUT criticou duramente a proposta inicial, argumentando que ela significava redução de direitos conquistados. Previdência "Pelo projeto novo, os empresários vão continuar pagando os 20% a 22% à Previdência. Não haverá corte para 11%, como queriam os patrões. Além disso, pela proposta do ministro, fica mantido o FGTS, que acabaria segundo a proposta inicial", diz Guiba. O presidente da Confederação dos Metalúrgicos da CUT afirma que é preciso conhecer melhor os detalhes do projeto antes de se posicionar. Mas acredita que a nova proposta mantém direitos que antes seriam retirados. Guiba, que já vem conversando com o ministro Paiva por telefone sobre o assunto, pretende marcar um reunião com ele para quinta ou sexta-feira em seu sindicato. O ministro viajou para os EUA ontem e só volta na quinta-feira. Vai debater com o secretário do Trabalho norte-americano, Robert Reich, e com o presidente da central sindical norte-americana AFLCIL, John Sweeney, justamente questões relativas às relações de trabalho e contrato coletivo. Paiva confirmou que pretende se encontrar com Guiba no final da semana. "Não quero que o projeto seja uma coisa só da Força Sindical. Temos que discutir com os mais amplos setores. Tenho certeza que o projeto de lei final será de agrado do Guiba, um sindicalista muito avançado", diz Paiva. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, diretor da Força Sindical, considerou positiva a disposição de Guiba de negociar. Vicentinho Já o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, afirma que "nós só vamos conseguir gerar empregos com uma política de câmaras setoriais que estabeleçam metas claras de aumento da produção e investimentos." Vicentinho diz que a posição da CUT continua a ser contrária a "qualquer medida que torne mais precárias as relações de trabalho". Ele afirma, porém, que "respeita muito" as posições de Guiba e quer discutir e refletir sobre o projeto. Próximo Texto: Diferenças nas propostas do contrato especial Índice |
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