São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996 |
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Demissões este ano chegam a 30% de 95
ANTONIO CARLOS SEIDL
Horácio Lafer Piva, diretor titular do Departamento de Pesquisas da Fiesp, diz que embora o resultado do nível de emprego industrial em fevereiro (24.901 demissões) seja inferior ao de janeiro (24.901 dispensas), ele tem uma característica "preocupante". Isso porque, afirma, em fevereiro apenas seis setores, contra 14 em janeiro, tiveram mais admissões do que dispensas. Piva diz que a crise do emprego na indústria paulista é o resultado da conjunção de quatro tipos de desemprego: conjuntural, causado pelas medidas de restrição ao consumo e juros altos; sazonal, pelo comportamento da demanda em diferentes épocas do ano; estrutural, em resposta à reestruturação e automação das empresas; e friccional, causado pela incorporação de tecnologia de forma mais rápida do que a qualificação da mão-de-obra. Piva diz que o desemprego friccional está agravando a crise do emprego na indústria paulista. Segundo Piva, a indústria está investindo em melhoria da qualidade e absorvendo tecnologia avançada em ritmo mais acelerado do que a capacitação da mão-de-obra. "Há oferta de vagas que exigem uma qualificação dos trabalhadores não encontrada no mercado". Para Piva, isso mostra que a questão da formação e treinamento da mão-de-obra está no centro da crise de emprego, precisando ser tratada de forma "mais urgente e abrangente" pelo governo. Texto Anterior: Ciclo discute como ganhar clientes Próximo Texto: Joint-venture Rhodia-Hoechst abre sua filial em Buenos Aires Índice |
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