São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996 |
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UAP busca expansão com 40 franquias
FERNANDO PAULINO NETO
Com as franquias, a UAP pretende aprofundar a mudança de público-alvo, segundo o presidente da empresa, o francês Fabrice Lorillon, há dois meses no Brasil. A UAP era especializada em seguros de risco industrial de grandes empresas. Agora, está concentrando sua atuação em seguros para pequenas, micro e médias empresas e pessoas físicas. A UAP já teve um cliente que representava 25% de todo o faturamento. Hoje, o maior cliente responde por 2,7%. A intenção é que o não represente mais de 0,5%. Primeiro lucro Este novo público-alvo fez com que a UAP comemorasse seu primeiro lucro nos últimos cinco anos no país. É um lucro ainda pequeno, R$ 107 mil. Segundo o diretor comercial, José Thomaz da Motta, o lucro poderia ter sido muito maior (cerca de R$ 3 milhões), mas a empresa resolveu, em seu balanço, não colocar como certo o recebimento de impostos reclamados na Justiça. As franquias não vão substituir os corretores de seguros, que poderão negociar com elas. Os franqueadores serão empresários de seguros e não corretores. A UAP, com sede na França, é quem garante o pagamento de qualquer sinistro, assim como a comissão dos corretores. O motivo disso, segundo Motta, é garantir a credibilidade para o cliente. O preço da franquia -excluído o ponto- é de R$ 35 mil, sendo R$ 10 mil de taxa de franquia. O franqueado poderá vender todos os tipos de seguros que a UAP Multiplic negocia no país. A UAP pretende pegar o pequeno e médio empresário. Hoje, apenas 30% dos microempresários fazem seguro no país. Com este novo sistema, a UAP não pretende aumentar muito o faturamento neste ano em relação ao ano passado. A estimativa da empresa é vender R$ 120 milhões, ante R$ 110 milhões no ano passado. Seguro caro Outro plano da UAP é entrar no mercado de previdência privada. O projeto, que estava marcado para o segundo semestre de 96, foi adiado para fevereiro. Segundo Lorillon, para permitir um melhor estudo das condições brasileiras. Ele afirma que, quando as empresas norte-americanas começarem a disputar este mercado, ele vai mudar substancialmente. Um exemplo disso é o total de recursos que reverte para o segurado. No Brasil, vai para o segurado cerca de 50% do excedente financeiro (o que sobra depois das despesas administrativas). Na França, este percentual, por lei, é de 90%. Outra preocupação da UAP é com o preço do seguro no Brasil. A UAP avalia que, no caso de um seguro para automóveis, por exemplo, o preço do seguro, no Brasil, é 40% maior do que na França. Para diminuir o preço do seguro, a UAP pretende reduzir os custos administrativos, chamados por Lorillon de "despesas gerais". No orçamento para 1996, estas despesas estão previstas em R$ 20 milhões. Ele acha muito. Em 1995, foram R$ 26 milhões, devido às despesas na fusão com o Multiplic. Lorillon defendeu também a privatização do resseguro (o seguro do seguro), que no Brasil é monopólio estatal do IRB. Texto Anterior: Vendas crescem 6% em março Próximo Texto: Banco do Brasil lança seguro-saúde Índice |
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