São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Aviso do Corinthians e aviso para o Palmeiras

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, a rodada do fim-de-semana foi boa para estabelecer alguns parâmetros neste Paulistão -o melhor Paulistão em anos.
Todos concordavam que o potencial do time do Corinthians era maior do que os resultados obtidos até o domingo, no Rose Bowl de Ribeirão.
(Aliás, um estádio que vem dando sorte ao alvinegro. Em tempos de bruxas -tóc, tóc, tóc- e anjos, nenhum recurso será desprezado.)
O fato de o time não estar alcançando a produtividade desejada era o fundamento da crítica (incluindo as escritas nesta coluna) à gestão do técnico Eduardo Amorim.
Portanto, a vitória em Ribeirão Preto recoloca o Corinthians na sua verdadeira dimensão: é uma alternativa real para o título.
Na margem, o time corintiano obtém três resultados adicionais:
1) Prova para ele mesmo que pode ganhar sem Marcelinho;
2) Mostra que Souza está em recuperação;
3) O time parece ter achado o homem certo para o lugar certo: Leonardo.
Para a série de torneios que o time disputa (e amanhã começa o mais terrível deles, a Libertadores) é preciso contar com uma enorme energia. E não há nada na vida como uma goleada para devolver a autoconfiança a um time.
Seja porque o time não jogou tão mal no primeiro tempo para merecer uma quina de gols nos lombos (e, de fato, o juiz colaborou com o Corinthians, no "pênalti" sobre o Tupã).
Seja porque o técnico Muricy Ramalho está corretíssimo na sua política de armar um time que joga "pra frente".
No domingo, o São Paulo perdeu. Mas, o futebol, com uma goleada, ganhou.
E -nenhum dos outros grandes se iluda- ninguém está livre de tomar, de volta, uma goleada do tricolor do Muricy Ramalho.
É só dar um tempinho para o moço trabalhar.
*
Mas, como eu dizia, a rodada serviu para demarcar parâmetros. E quem precisa meditar sobre as suas próprias medidas é o time da cabeceira.
A magra vitória sobre o Araçatuba, com fraco desempenho do time, serve de sinal amarelo (antes do verde ou do vermelho) para o técnico Wanderley Luxemburgo.
Uma das questões que ele precisa avaliar é a seguinte: o Cafu fez mais falta do que deveria fazer. O Palmeiras perdeu mobilidade pelos flancos.
Outra questão a ser avaliada: quando um time ganha dois jogos seguidos de virada, em partidas contra times que não estão com boa campanha, é bom pôr as barbas de molho.
Até porque, aos trancos e tamancos, mas com uma regularidade incrível, a Lusinha vem, com o seu passo de maratonista, somando, somando.
Para a sorte do Palmeiras, Portuguesa e Corinthians se enfrentam nesta sexta.
Visto do Parque Antarctica, o jogo não poderia ter chegado em hora melhor.
*
E o Viola, ein?

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