São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Aguilar olha para o tempo através de peças de vidro

FERNANDA SCALZO
DA REPORTAGEM LOCAL

Sete telas grandes, do chão ao teto, recebem o visitante na exposição "A Criação do Mundo e o Tempo", que o artista José Roberto Aguilar abre hoje no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).
Elas representam os seis dias durante os quais Deus criou o mundo, segundo o Gênese. Partindo da tradução que o poeta Haroldo de Campos fez em "Bere'shit - A Cena de Origem", Aguilar recria também a terra, o céu, a água, a luz, os animais e o homem.
"No sétimo dia, você olha para trás e nasce o tempo, porque enquanto você está vivendo só existe a fruição", diz o artista. Assim, no sétimo dia/tela aparece o tempo e a história.
O visitante em seguida entra numa grande escultura com 365 bengalas de vidro penduradas no teto representando os dias. "Não se faz manualmente uma peça de vidro igual à outra, como nenhum dia é igual ao outro", diz Aguilar.
Os dias estão dispostos como "uma sinfonia", diz o artista, com diferentes intervalos entre uns e outros. O visitante então chega aos séculos, tulipas de vidro que mostram a cristalização dos dias.

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