São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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Samper fala em anistia para os envolvidos com o narcotráfico

Presidente colombiano quer perdoar quem tem ajuda de cartéis

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper, disse ontem ser favorável a anistiar àqueles que se envolvem com os cartéis da droga.
O possível perdão geral será chamado de "punto final" (ponto final). Uma lei argentina de 1986 semelhante à proposta por Samper anistiou militares condenados por violação dos direitos humanos.
O Congresso discute um projeto de lei de ponto final para políticos que recebem dinheiro ou são testas-de-ferro de traficantes. O projeto prevê a redução de penas e a perda dos direitos políticos.
"O país necessita da política de ponto final", disse Samper à rádio Caracol. "Isto não é para resolver o problema de algumas pessoas e sim para o país refletir sobre como acabar com o narcotráfico."
Samper é acusado de ter recebido dinheiro do narcotráfico durante sua campanha eleitoral de 1994.
Ele não elaborou os termos da anistia e nem deixou claro se apenas os políticos serão beneficiados. Mas disse que os cartéis da droga afetam toda a sociedade colombiana, "dos negócios ao esporte".
Uma lei de ponto final tem sido criticada por advogados e pela imprensa do país porque seria uma iniciativa de garantir a impunidade aos contraventores.
Na mesma entrevista, Samper disse que a idéia de políticos e empresários convocarem uma greve geral para forçá-lo a renunciar "não tem sentido".
Empresários e Noemi Saním, virtual candidata presidencial, poderão convocados a depor no Senado por sedição.
O comandante das Forças Armadas da Colômbia, general Hernando Camilo Zuniga, renunciou ontem alegando razões pessoais.

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