São Paulo, terça-feira, 12 de março de 1996
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China desafia americanos

JAIME SPITZCOVSKY
DE PEQUIM

Ao enviar seus navios para a região de Taiwan, os Estados Unidos começam a delinear melhor a estratégia para seu maior desafio diplomático neste final de século: as relações com a China.
Os EUA, embora evitem dizer oficialmente se entram na guerra ao lado de Taiwan caso a China invada a "ilha rebelde", sinalizam que não estão dispostos a engolir, sem reclamar, a China assumindo papel mais ativo na vida militar e geopolítica da Ásia.
Portanto, o envio de navios carrega principalmente uma mensagem política à China. Os EUA sabem que é remota a chance de a atual crise desembocar num conflito armado.
Os EUA não querem a China como um rival militar ou diplomático. Mas também não desejam implementar uma "política de contenção" que desestabilize as relações bilaterais e deixe os EUA de fora do lucrativo mercado chinês.
A China, sabendo da importância da sua economia, tem enfileirado desafios. A lista começa com a questão dos direitos humanos.
O governo chinês ignora exigências norte-americanas de democratização. Avalia tais iniciativas como "interferência em assuntos internos" da China.
A Casa Branca também critica a China por não dar a devida proteção à propriedade intelectual. Cópias de produtos americanos são produzidas na China e vendidas a preços bem abaixo das mercadorias originais.
Os EUA aumentam a pressão, criticando a suposta venda de material nuclear chinês para o Paquistão usar com fins militares.
Os EUA enfrentam dificuldades na hora de lidar com antigo aliado. Nos tempos da Guerra Fria, Pequim e Washington se aproximavam para combater o inimigo comum: a ex-URSS.
(JS)

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