São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CEF tem resultado positivo

CELSO PINTO
COLUNISTA DA FOLHA

A Caixa Econômica Federal conseguiu duas proezas no ano passado: tornou-se a instituição financeira com maior depósitos do país e quase equilibrou suas contas operacionais. Fechou o ano com um lucro de R$ 221 milhões.
O resultado é expressivo, comparado aos últimos anos, mas não significa o fim dos problemas da Caixa. O próprio presidente da CEF, Sérgio Cutolo, lembra que existem pendentes R$ 15 bilhões de contas vencidas do Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS), dos quais R$ 5 bilhões na Caixa e outros R$ 5 bilhões na conta do FGTS, absorvida pela Caixa.
Este é um subsídio antigo aos mutuários do sistema habitacional.É um crédito que vale apenas 50% de seu valor no mercado. Se a CEF fosse contabilizá-lo desta forma, seu patrimônio líquido, de R$ 3,5 bilhões no ano passado (o dobro de 94) teria virado pó.
Pela primeira vez em muito tempo a Caixa conseguiu fechar com um caixa altamente positivo: R$ 4,9 bilhões, comparado a um buraco de R$ 227 milhões em 94 e quase equilíbrio operacional (um prejuízo de R$ 33 milhões).
O salto nos depósitos de 43% (para R$ 48 bilhões), como admite Cutolo, veio como benefício indireto da crise dos bancos privados.
Impressiona o salto de 13 vezes, para R$ 7,3 bilhões, nas aplicações de curtíssimo prazo no interbancário. Foi, nas palavras de Cutolo, uma compensação: a CEF devolveu parte do dinheiro que tomou de bancos privados. Com lucro.

Texto Anterior: Caixa Econômica Federal aumenta socorro a bancos
Próximo Texto: Requião na relatoria irrita tucanos de SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.