São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Agenda de FHC pode sofrer alteração

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL A TÓQUIO

O presidente Fernando Henrique Cardoso corre o risco de ser obrigado a cancelar sua visita à Dieta (Parlamento japonês), programada para amanhã de manhã.
O partido oposicionista Shinshinto tem vários parlamentares acampados dentro da Dieta, com o objetivo de bloquear a votação do Orçamento japonês.
O primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, incluiu no Orçamento uma proposta de ajuda de USŸ 6,52 bilhões a sete bancos falidos.
"Esperamos que tudo esteja resolvido até quinta-feira", disse ontem à noite o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, ao comentar o piquete no Parlamento japonês.
FHC tem programado um discurso amanhã perante uma sessão conjunta da Câmara dos Deputados e dos Conselheiros.
O presidente chegou ontem às 20h45 a Tóquio (8h45 em Brasília), procedente de San Francisco (EUA). Veio para uma visita de três dias e meio. É a primeira visita de um chefe de Estado brasileiro ao Japão desde 1984.
Acompanham FHC quatro ministros, quatro deputados federais e dois governadores. Todos estão hospedados no Palácio de Akasaka, residência oficial para autoridades estrangeiras.
Na chegada de FHC ao aeroporto de Haneda, a temperatura na pista era de 4øC, mas, por causa do vento, a sensação era de -4øC.
No desembarque, os ministros evitaram falar sobre temas políticos. No dia anterior, apenas o ministro Sérgio Motta (Comunicações) havia comentado as recentes derrotas do governo no Congresso.
Motta sugeriu que o Legislativo brasileiro esteja votando contra os interesses da população. Ontem, o ministro preferiu não fazer comentários políticos.
"Só falo sobre Japão", disse o ministro José Serra (Planejamento). Ele é o responsável pela assinatura de oito projetos de financiamento para projetos de infra-estrutura no país. O valor total equivale a cerca de USŸ 1,5 bilhão.
São projetos antigos, que estavam em negociação há vários anos -alguns desde a década de 80. Serão liberados apenas agora por causa do atraso do Brasil em cumprir formalidades burocráticas.
O objetivo da viagem de FHC é restabelecer um bom relacionamento com o Japão, como houve nas décadas de 50, 60 e parte da de 80. Fará vistas ao primeiro-ministro, ao imperador e receberá empresários locais.

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