São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996 |
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PTB reage à ameaça do governo e decide hoje se rompe com PFL
LUCIO VAZ
O deputado Paulo Heslander (MG) defendeu o rompimento com o governo e com o PFL. "Foi um erro político este macartismo caboclo", disse Heslander, um dos ameaçados. Macartismo foi uma campanha de perseguição a supostos simpatizantes do comunismo, comandada pelo senador Joseph McCarthy, na década de 50, nos EUA. A pedido de Heslander, a convenção deve votar hoje a proposta de rompimento do bloco PFL-PTB. "O líder do PFL estava na reunião com o presidente. Por que retaliar só o PTB? O que estamos fazendo nessa aliança?", disse. O governo FHC chegou a pensar em demitir os apadrinhados políticos de deputados que votaram contra a reforma da Previdência, mas recuou. Representantes de diretórios regionais fizeram ontem duras críticas ao governo FHC e ao PFL. "O PTB nacional não é o nosso. É reacionário, é o partido de um ministro banqueiro, é submisso e atrelado a um governo neoliberal", disse o ex-deputado Rubens Ardhengui (RS). O ex-deputado Osvaldo Sobrinho (MT) criticou o atrelamento automático do partido ao governo: "O PTB tem que ser independente. Não pode ficar dizendo amém". O líder da bancada na Câmara, Pedrinho Abrão (GO), disse que a proposta de rompimento com o governo ou com o PFL não deve ser aprovada, mas também criticou as ameaças. "O que ficou chato é que o governo só indicou os deputados do PTB. Além disso, os cargos não são dos deputados. São do partido", afirmou. A convenção elege hoje a nova Executiva Nacional do partido. Texto Anterior: PFL vai tentar obrigar o apoio ao governo Próximo Texto: Previdência vai fazer ofensiva para tentar recuperar R$ 1,1 bi Índice |
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