São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Justiça decide manter prisão de acusado por atentado a bomba

Juiz diz que foram achados novos indícios contra Leonel

ABNOR GONDIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O contínuo do Itamaraty Nelson da Silva Leonel, 36, permanecerá preso até ser julgado como suposto autor do livro-bomba que feriu a diplomata Andréia David em outubro de 95. A prisão dele, ocorrida quinta-feira, foi mantida ontem.
O juiz da 1Oª Vara Federal, Pedro Paulo Castelo Branco, decretou a prisão preventiva para garantir a ordem pública e a investigação.
Segundo o juiz, a PF (Polícia Federal) recolheu novos indícios contra Leonel ao vasculhar a sua casa em Valparaíso (GO). O juiz diz que foram descobertos uma placa de madeira e pedaços de compensado que coincidem com o material do livro-bomba.
Castelo Branco justifica também que a soltura de Leonel poderia redundar em novas ameaças contra a diplomata e sua família, como mostra a carta que ele teria escrito depois do atentado.
A juíza Eliana Calmon, do Tribunal Regional Federal, negou ontem o pedido de soltura de Leonel sob a alegação de que "pesam sobre ele veementes indícios de autoria".
O contínuo vai responder a pelo menos duas novas acusações. A PF vai denunciá-lo à Polícia Civil do Distrito Federal por uso indevido de colete policial e de um revólver calibre 32 sem porte legal de arma.
Na Justiça Federal, ele responde a processo por furto de uma televisão e de uma máquina de escrever. Os crimes teriam ocorrido 1988.
O advogado Alberto Meleiro considera as acusações infundadas. É também a opinião da mulher do acusado, Eunice Siqueira Leonel, 42, datilógrafa do Itamaraty.
"Ele não tem inteligência suficiente para fazer uma bomba", disse ontem, depois de depor.

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