São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Tribunal julga continuidade do PAS

CLAUDIO AUGUSTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os 25 desembargadores mais antigos do TJ (Tribunal de Justiça) decidem hoje se a liminar que suspendeu a implantação do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) em São Paulo será mantida.
A liminar foi concedida pelo presidente do TJ, Yussef Cahali, no dia 24 de fevereiro, a pedido do Sindicato dos Médicos, da Federação Nacional dos Médicos e da Associação Paulista de Medicina.
O PAS continua funcionando apenas no módulo de Pirituba/Perus (zona norte), onde foi implantado no dia 1º de janeiro deste ano.
O plano, aprovado no ano passado pela Câmara Municipal, prevê a transferência dos hospitais da prefeitura para o controle de cooperativas de médicos e funcionários licenciados do serviço público.
As cooperativas recebem mensalmente da prefeitura R$ 10 por morador cadastrado, mesmo que o paciente não procure o hospital.
Um módulo com, por exemplo, cem mil moradores recebe R$ 1 milhão por mês.
Com esse dinheiro, as cooperativas devem manter os hospitais que estão administrando, comprar remédios e pagar aos demais fornecedores. O que sobrar é rateado entre os cooperados -que não recebem mais salários.
As entidades médicas que se opõem ao PAS alegam que o plano contraria a norma constitucional que garante o "direito universal à saúde", já que só os moradores da cidade são atendidos nos hospitais controlados pelas cooperativas.
As entidades sustentam ainda que o PAS é o primeiro passo para privatizar a saúde em São Paulo.
O prefeito Paulo Maluf (PPB) tem rebatido esses argumentos.
Um dos argumentos considerados pelo presidente do tribunal para conceder a liminar foi o eventual prejuízo causado pelo PAS aos servidores públicos.
A prefeitura removeu os funcionários que não aderiram ao PAS para outras unidades.
Transferências Algumas pessoas que trabalhavam em Pirituba foram transferidas para a zona sul.
Com base na liminar de Cahali, um grupo de aproximadamente 50 servidores conseguiu ser reintegrado à Administração Regional de Saúde de Pirituba.
Mas eles não estão sendo aproveitados nos hospitais controlados pelas cooperativas.

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