São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Professores protestam contra reajuste

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os professores da rede municipal de ensino de São Paulo realizaram protesto ontem, em frente à Câmara dos vereadores (na região central da cidade), contra a proposta de reajuste salarial de 4,67%, apresentada pela Prefeitura após um ano sem aumento.
A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) calcula a inflação de 1995 em 23%.
Com o reajuste -que deve ser votado esta semana- o piso salarial mensal por 20 horas-aula semanais passa a R$ 270 -R$ 40 na forma de abono, que não conta para aposentados.
"Vamos ficar com o piso praticamente igual ao da rede estadual, o que é um recorde histórico", afirmou o presidente do sindicato da rede municipal (Sinpeem), Claudio Gomes Fonseca, 45.
O piso salarial dos professores estaduais -que já chegou a ser menos da metade do piso da rede municipal durante a gestão Erundina- é de R$ 238.
O reajuste de 4,67% no ano é válido para todo o funcionalismo municipal, que está ameaçando uma greve geral. A prefeitura argumenta que a legislação determina reajuste, no ano, com base na inflação dos últimos quatro meses.
Participaram da manifestação entre 500 professores (cálculo da Polícia Militar) e mil (Sinpeem). A rede tem 36 mil professores.
Laboratórios
O prefeito Paulo Maluf lança amanhã o maior projeto de sua gestão para a área de educação: a instalação de laboratórios de informática em 200 das 729 escolas.
Cada laboratório tem 17 microcomputadores multimídia, para 34 alunos, e custa R$ 62,9 mil. O equipamento entra em funcionamento no segundo semestre.
O projeto também envolve softwares (programas de computador) para ensino e administração escolar, assistência técnica na escola e formação de pessoal.
O custo total do projeto será de R$ 12,5 milhões -equivalente a 13 escolas de mil estudantes.
Preço e projeto foram " enxugados" -a previsão era de 300 laboratórios- desde que começou o conturbado processo de licitação, em 95 (leia texto abaixo).
A Compaq vai doar 300 micros, com base na lei 8.248, de incentivos fiscais para educação. Os computadores são modelo 486/DX2, com 8 Mb de memória Ram e 1 Gb de memória em disco e kit multimídia para CD Rom.
A Escola Municipal Padre Manoel de Paiva (zona norte) já tem um laboratório de informática, que está quebrado desde as férias de verão deste ano.
Desde sexta-feira de manhã, a Folha busca na Secretaria da Educação informações sobre o projeto pedagógico dos laboratórios. Até as 21h de ontem, não obteve resposta.

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