São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Empresário paga resgate e é libertado

DA REDAÇÃO

O empresário Alberto Takaoka, 36, sequestrado no dia 19 de fevereiro da casa da família em São Sebastião (litoral norte de SP), foi libertado no último sábado.
Segundo a família, a libertação aconteceu após o pagamento de R$ 181,5 mil de resgate. Inicialmente, os sequestradores tinham pedido R$ 3 milhões.
Takaoka é diretor da construtora Y. Takaoka e um dos três herdeiros do empresário Yojiro Takaoka, morto em 95. Yojiro foi um dos fundadores da construtora Albuquerque Takaoka, que criou os condomínios residenciais de Alphaville e de Aldeia da Serra (Grande São Paulo).
Alberto Takaoka foi levado por dois homens encapuzados e armados, que invadiram a casa da família na praia de Toque-Toque Pequeno na segunda de Carnaval.
Paulo Neder, advogado da família, disse ontem que Takaoka emagreceu no cativeiro e que, embora esteja bem fisicamente, encontra-se estressado e não quer dar entrevistas.
Segundo Neder, os sequestradores dominaram as sete pessoas da família que estavam na casa da praia no momento do sequestro e escolheram levar Alberto.
O empresário foi levado em seu próprio carro, um Logus, abandonado um quilômetro adiante.
No mesmo dia, os criminosos ligaram para combinar como seriam feitos os contatos com a família, que começaram dois dias depois.
Os sequestradores faziam as negociações a partir de telefones públicos da Grande São Paulo.
Neder disse que o empresário não foi maltratado. Durante todo o tempo, ele ficou em um quarto com as janelas vedadas.
Segundo o advogado, o pagamento do resgate foi feito por um irmão de Takaoka, que levou o dinheiro a um ponto no início da rodovia Raposo Tavares por volta das 4h do último sábado.
Três horas depois, Takaoka foi solto na avenida Francisco Morato (zona oeste de São Paulo).
Ele avisou a família de um telefone público e voltou para casa em um táxi, pago com dinheiro dado pelos sequestradores.
Neder afirmou que, após o sequestro, a segurança da família será reforçada. Ele disse que, antes do caso, Takaoka não andava com seguranças pessoais.
Segundo Neder, a família preferiu que a polícia e a imprensa ficassem longe das negociações "por temer pela vida de Alberto".
O advogado disse que a família está disposta a ajudar a polícia a esclarecer o sequestro. Segundo ele, Takaoka não chegou a ver o rosto dos sequestradores.

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