São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Sinalização é confusa, diz designer

DA REPORTAGEM LOCAL

A sinalização do trânsito em São Paulo é suja, visualmente confusa e malfeita.
Essa é a opinião de um dos nomes mais importantes design, o norte-americano David Carson, 39, que esteve no Brasil para um congresso internacional e foi convidado pela Folha para avaliar o visual de São Paulo.
Ele disse ter tido a impressão de que o planejamento da sinalização não é prioridade.
"Em uma cidade tão complexa, uma forma de comunicação tão importante deveria ser mais planejada." Para ele, um dos principais problemas é a sujeira das placas.
No trajeto feito pelo designer com a reportagem da Folha, muitas placas estavam sujas.
Para Carson, combinada ao tamanho das letras e das placas, que ele achou pequeno, a sujeira torna as placas quase invisíveis.
As letras, segundo o design, deveriam ser maiúsculas e ocupar todo o espaço das placas, que também deveriam ser maiores.
São Paulo tem, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), seis cores diferentes de placas de sinalização. O designer criticou essa diversidade de cores. Segundo ele, deveria haver uma maior padronização.
Carson também criticou os protetores de árvores da cidade. A maioria é verde, de plástico e, para ele, mostra mais a marca do patrocinador do que as mudas.
Perguntado sobre pontos positivos, o designer citou a avenida Paulista, onde a fiação elétrica é subterrânea. "Os fios elétricos, além de às vezes cobrirem as placas, tornam a cidade mais cinza."
Limpeza
O presidente da CET, Gilberto Lehfeld, admite que as placas de sinalização da cidade estão sujas.
Segundo ele, elas não eram limpadas havia um ano por problemas com a licitação para a escolha da empresa que limparia as placas. A limpeza começou em janeiro. Lehfeld disse que o tamanho das placas preocupa a CET, que está fazendo um novo projeto para a sinalização.
"As placas terão tamanhos mínimos maiores que os atuais." Quanto às cores, Lehfeld disse que são regulamentadas por legislação internacional.
A secretária interina do Verde e do Meio Ambiente, Glaucia Savin, também acha que os protetores não são adequados. "Estamos colocando protetores mais leves e resistentes." Savin discorda do designer quanto ao espaço do patrocinador. "Os protetores foram aprovados pela CPPU (Comissão de Proteção à Paisagem Urbana)", disse.

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