São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996 |
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Renault vai montar fábrica no Paraná
VINICIUS TORRES FREIRE
A decisão foi anunciada ontem em Paris pelo governador do Paraná, Jaime Lerner, e pelo presidente da empresa, Louis Schweitzer. A fábrica começa a ser construída na segunda metade deste ano. Os primeiros automóveis Mégane, lançados no ano passado na França, devem sair da linha de montagem paranaense em 1999. A princípio, o investimento será menor do que o R$ 1 bilhão anunciado em julho de 1995, e apenas parte do dinheiro virá da Renault. A nova empresa receberá subsídios do governo paranaense, equivalentes a cerca de 20% dos custos de implantação da fábrica e da rede comercial. Até o ano 2000, o investimento total será de R$ 760 milhões. A nova empresa será uma parceria entre os franceses e um "pool" liderado pelo governo paranaense. Os franceses investirão o equivalente a R$ 400 milhões. O "pool" paranaense entra com R$ 300 milhões e as fornecedoras locais de autopeças participam com os R$ 60 milhões restantes. O "pool" é liderado pelo governo do Paraná, que vai colocar dinheiro do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado no negócio. Os outros investidores serão bancos paranaenses. Segundo a Renault, as cotas e as empresas associadas ainda não estariam definidas. Lerner disse que os detalhes do acordo serão anunciados paulatinamente. Subsídios A montadora francesa disse à Folha que a Renault do Brasil vai receber R$ 200 milhões em subsídios. O governo paranaense vai ceder o terreno e executar serviços de melhorias urbanas no local da implantação industrial. A Renault do Brasil também terá direito a tarifas mais baratas de energia e isenções fiscais. A empresa francesa disse não poder detalhar o valor de cada subsídio. No comunicado em que divulgou o fechamento do negócio, a Renault disse que escolheu Curitiba e o Paraná com base nas "vantagens geográficas, econômicas, técnicas e humanas", mas também por causa da "vontade de cooperação manifestada pelo Estado do Paraná, cujo governador desejou estabelecer uma parceria" com a empresa. A Renault pretende dominar 7% a 8% do mercado nacional. A princípio, serão produzidos 120 mil unidades do Mégane por ano. Próximo Texto: Grupo Caoa fica com 20% das ações, diz Andrade Índice |
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