São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Resposta do Banco Central

ANDRÉ LAHÓZ

O Banco Central tem sido ultimamente alvo de inúmeras críticas, a grande maioria das quais corretas.
Há, obviamente, um problema na fiscalização do sistema financeiro. O rombo e as falcatruas no caso Nacional comprovam esse fato e geram situação grave de descrença na autoridade monetária.
Há, também, um problema sério na atual política monetária. Os juros continuam altos, o que provoca, dentre outras coisas, aumento forte da inadimplência dos clientes. E isso abala a saúde do sistema financeiro.
Por outro lado, o BC -como, de resto, todo o governo- falhou na comunicação com a sociedade em inúmeros casos. O episódio da última sexta-feira, envolvendo o Banco Mercantil de Descontos (BMD), é apenas mais um de uma longa lista.
E, como se sabe, comunicação ruim entre o BC e o mercado é campo fértil para boatos -que também abalam a saúde do sistema financeiro.
O BC tem a obrigação de zelar pela saúde do sistema. É preciso, portanto, corrigir políticas erradas e parar de fazer bobagens como a da última sexta-feira.
Mas há muito mais a ser feito para evitar um agravamento da crise bancária -ainda que, por enquanto, a situação esteja sob controle.
Boa parte da irritação com o BC vem do fato de ele agir só depois que o estrago esteja feito. Foi assim, por exemplo, nos casos Econômico e Nacional.
Como o Proer envolve dinheiro da sociedade, a demora do BC em agir custa caro.
O BC se defende dizendo que, até o final do ano passado, não dispunha de armas, a não ser a intervenção, para sanear bancos com problemas.
É um falso argumento. Poderia ter proposto antes as alterações na lei. Poderia ter sido menos incompetente na fiscalização. E, acima de tudo, poderia ter levado a cabo as investigações que esbarraram em confronto político -como no caso do Econômico.
Tudo isso junto deixa a sensação de que o BC está do lado dos banqueiros. E abre espaço para o bombardeio que a instituição está sofrendo.
É verdade que o BC est

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