São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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A fã número 1

THALES DE MENEZES

Quando Julie Arendorf não estiver mais do lado de fora das quadras, o tênis não será o mesmo dentro das quadras.
Qualquer pessoa que acompanhe os principais torneios de tênis pelo mundo a conhece muito bem. E gosta dela.
Julie Arendorf é uma australiana de 54 anos, cabelos loiros e um rosto cor-de-rosa.
Solteira, sem filhos, ela casou com o tênis.
Julie acompanha quase 20 torneios por ano, incluindo os quatro da Grand Slam. Nessa brincadeira, gasta US$ 32 mil em cada temporada.
Em alguns casos, como o torneio Lipton International, em Key Byscaine, ela não paga mais ingresso ou estadia. Fez tanto sucesso que se tornou uma espécie de madrinha do evento.
Agora ela resolveu revelar para as pessoas as coisas mais interessantes que viu durante 15 anos seguidos no circuito.
Está escrevendo um livro, que promete exibir o lado mais descontraído dos tenistas.
Pelas conversas animadas que Julie sempre tem com os jornalistas, dá para perceber que o livro terá momentos de puro deslumbramento.
Um capítulo deve ser dedicado à noite em que ela foi a um baile de gala com o italiano Adriano Panatta, um dos tenistas profissionais mais desejado pelas mulheres nos anos 70.
Outro momento que deve ficar registrado no livro é uma conversa que ela teve com Arthur Ashe numa manhã fria em Nova York, quando os dois assistiam a um treino de Jim Courier e Michael Chang.
Ali, um Ashe bastante abatido (tinha anunciado um ano antes que estava com Aids) disse a ela que venderia a alma para ser jovem e saudável como Chang.
Além disso, muita badalação. Um dia, carona com Martina Navratilova. No outro, jantar em família com Jimmy Connors, mulher e filhos.
Julie Arendorf tem a vida que todo fã do tênis gostaria de ter. Sorte dela. Sorte mesmo.

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