São Paulo, quarta-feira, 13 de março de 1996
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Ramones dá adeus histórico

MARCEL PLASSE
ESPECIAL PARA A FOLHA

Hoje é o último dia para ver Ramones em São Paulo. Pelo que a banda mostrou na segunda, no Olympia, não está fazendo nada diferente de suas apresentações anteriores. Desde 1987, os Ramones tem incluído o Brasil em praticamente todas as suas turnês.
Desta vez, porém, o público está suando, pulando e cantando mais. Afinal, é a última turnê dos Ramones. Os fãs cansados, ao final do show, saem com sorrisos largos de quem teve um encontro histórico.
Como em todos os shows da banda, o de segunda lotou. Foram 31 músicas em pouco mais de uma hora, nenhuma com mais de dois minutos e apenas um "Olá, São Paulo" dito ao público.
A noite começou com a abertura de Psycho 69, a banda americana de Supla, que o público transformou em alvo de cuspes e agressividade generalizada.
Psycho 69 não é grande coisa, mas o alvo das provocações, de forma aparente, era a lembrança do grupo anterior do vocalista, o pop Tóquio. Ao evitar o envolvimento no clima tenso, Supla mostrou muito sangue frio e dignidade.
Ramones entrou no palco às 9h45, com "Durango 95", e emendou suas 31 músicas só parando para respirar antes do bis. E que bis: "Surfin'Bird", "Chinese Rock" e "Beat on the Brat" - nenhuma das músicas na programação prevista para a noite.
O grupo tinha anunciado um show de muitos hits. Nenhuma novidade: qualquer show do Ramones é um show com muitos hits. Mas a banda parece estar mais ligada no palco, improvisando o repertório e se divertindo como nunca, nos últimos meses que lhe restam de estrada.
A apresentação de hoje não é só um show, é um encontro com a história do rock.

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